Com duas CPIs e uma Comissão Processante em andamento, o governo Airton Garcia (União) pode ter mais dores de cabeça em um futuro bem próximo. Está em andamento um pedido de nova CPI prestes a alcançar o mínimo de assinaturas; outra investigação está “no gatilho” para entrar em prática.
O clima político na cidade já vem enfrentando uma verdadeira turbulência e a situação pode ficar mais agravada com as novas investigações.
Hoje (19), a Secretaria Municipal de Saúde tentou se esquivar investigação in loco feita pelo vereador Paraná Filho (PSB), que tentava levantar a lista de pacientes que recebem remédios especiais e de alto custo. A suspeita é de favorecimento político na entrega dos fármacos.
O pedido de investigação contava com 5 das 7 assinaturas mínimas para entrar em funcionamento. Ela assumiria a “vaga” deixada pela CPI da Prohab, encerrada recentemente.
O celular corporativo de Jôra Porfírio, secretária de Saúde, abriu verdadeira ‘caixa de pandora’, segundo o vereador pessebista. Nele constariam supostas práticas de favorecimento na dispensação de medicamentos, atitudes tidas como suspeitas no relacionamento com fornecedores e prestadores de serviço.
No cargo desde 24 de junho, a secretária viu a “lua de mel” política que pôs a pasta da Saúde num oásis em meio ao ambiente político tóxico vivido em São Carlos. Todavia, o agravamento da crise no governo contaminou a pasta, envolta às já conhecidas reclamações. Em menos de dois meses, a ‘lua que era de mel’ virou ‘fel’.
Em depoimento à CPI da Primeira-Dama, Jôra deu respostas contraditórias às informações constantes da “auto quebra” de sigilo feita pelo ex-secretário Marcos Palermo e foi desmentida no ato. Como resultado, o colegiado determinou a requisição do smartphone.
A abertura da segunda investigação na Saúde, sobre supostas irregularidades no trato com fornecedores e prestadores de serviços, pode colocar a nova secretária mais ao centro da crise política.
A CPI esbarra em um empecilho regimental na Câmara: os vereadores só podem ter três comissões de inquérito simultaneamente. No momento, além da CPI da Primeira-Dama, há ainda a do Transporte, com funcionamento mais incipiente.
A partir daí, Paraná Filho traça duas estratégias. Uma delas é encaminhar politicamente uma saída à francesa para a CPI do Transporte. Opção seria encaminhar projeto para mudar o Regimento Interno da Câmara e permitir quatro CPIs simultâneas. “Tudo depende do cenário, do momento e do clima”.