São Carlos apresentou, nas eleições gerais dos últimos 20 anos, números crescentes de abstenção e de eleitores que votam em branco ou nulo. O fenômeno do voto “descartado” é mais notado nas eleições para o Senado Federal.
O absenteísmo em São Carlos saiu dos 14,06% em 2002, ano que Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República, e se manteve estável no pleito seguinte, em 2006, quando ficou em 14,17%. Quatro anos depois, em 2010, quando Dilma Rousseff (PT) foi eleita presidenta, houve ligeira alta para 15,41%. Mais eleitores deixaram de comparecer em 2014, quando as faltas atingiram 18,59%, e em 2018, quando 21,9% se ausentaram.
Historicamente, os votos em branco e nulos são mais baixos na eleição presidencial no município. Recorte de 2002 para cá mostra ter havido redução de 2002 para 2006, quando saiu de 8,98% para 8,21% e se manteve em estabilidade em 2010, quando passou a 8,38%. Em 2014, ano de reeleição de Dilma Rousseff, os votos anulados ou em branco passaram a 10,93%. Na última eleição, quando Jair Bolsonaro sagrou-se vitorioso, o percentual de eleitores que “jogaram fora” o voto atingiu 11,55%, maior valor da série.
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Na eleição para o governo do Estado, os votos em branco e os nulos são maiores na comparação com os contabilizados no pleito presidencial. Na série histórica, em 2022 o percentual registrado na cidade foi de 10,77% e passou para 11,06% quatro anos depois. Em 2010, 11,43% optaram por não escolher candidato, proporção que saltou para 17,38% em 2014. Em 2018, 25,54% do eleitorado local recorreu aos votos em brancos e nulos.
Nas eleições legislativas proporcionais, que são os casos de deputado estadual e federal, os percentuais são mais baixos na questão dos votos em brancos e nulos, mas ainda assim significativos. Na sequência dos últimos 20 anos, a não escolha para componente para a Câmara dos Deputados saiu dos 9%, em 2002, para 13,22% em 2006; 24,68% em 2010; caiu para 16,8% em 2014, e voltou a subir para 22,5% em 2018.
No caso da disputa para a Assembleia Legislativa, os números são os seguintes: 11,8% em 2002; disparou para 16% em 2006; teve estabilidade em 15,8% em 2010; voltou a subir para 18,9% em 2014; e fechou em 23,4% em 2018.
Com concepção ligeiramente diferente, a eleição para o Senado é tem formato majoritário e número bem menor de concorrentes. Vence o mais votado ou os dois mais votados, a depender do ano. Em 2022, por exemplo, a renovação é de 1/3 da Casa.
Na série histórica, a proporção de votos em branco e nulo para o Senado sempre foi maior. Em 2002, início do recorte feito pelo acidade on, essa foi a opção de 18,9% dos eleitores, percentual que passou para 22,9% em 2006, voltou a subir para 30,45% em 2010, caiu para 24,8% em 2014 e 34,2% em 2018.
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