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Saúde"Tem gente chorando": usuários de UPAs reclamam de falta de "pronto atendimento"

“Tem gente chorando”: usuários de UPAs reclamam de falta de “pronto atendimento”

Há casos de pacientes que esperam por cinco horas por atendimento; em um dos casos, entregadora afirma que ficou 1h para receber serviço chamado de “acolhimento”

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UPA Santa Felícia estava lotada nesta terça. (Foto: Bruno Moraes/acidade on)
UPA Santa Felícia estava lotada nesta terça. (Foto: Bruno Moraes/acidade on)

Usuários de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Felícia e da Vila Prado reclamam da falta de “pronto atendimento” no serviço de saúde e chegam a esperar cinco horas na fila por consulta.

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São pacientes que sofrem com Covid-19, dengue hemorrágica, feridos em acidentes domésticos, entre outras enfermidades, idosos e crianças. Dentro das unidades o cenário é de lotação e lentidão no atendimento.

Uma das pessoas que aguardavam o atendimento, na UPA Santa Felícia, é Joselaine Manoel. Ela ficou mais de uma hora aguardando somente o serviço que é chamado de “acolhimento”. Após a triagem, imprevisíveis são as horas que terá de permanecer na fila. A enxaqueca martela a cabeça da entregadora por aplicativo há dias.

“Urgência é urgência, dá para entender este lado. Mas aí fica um médico cuidando da urgência e outro dos 500 pacientes que estão aqui fora. É um descaso total com a sociedade. Tem gente em situação pior do que a minha, chorando ali. Tinha duas pessoas debruçadas chorando”, conta a trabalhadora.

Não foi a primeira tentativa de atendimento de Joselaine. Na sexta, no sábado e no domingo ela passou em frente a UPA do Santa Felícia. Em todos os dias a unidade estava lotada.

Infeliz com o atendimento estava Rafael Fernandes, que sofre de conjuntivite. Com os olhos vermelhos e lacrimejantes, o garçom havia chegado na UPA Santa Felícia às 13h, mas às 18h não tinha previsão de passar pelo médico. Ele relatou que outros pacientes desistiram do atendimento, inclusive um jovem que sofrera acidente de moto. A não submissão a atendimento médico, em caso de acidentado pode colocar a vida dele em risco.

“Tem pessoas sentadas no chão, sofrendo, passando mal aqui na UPA, que está sobrecarregada”, relata.

O garçom faz um apelo direto à gestão da saúde de São Carlos, para “resolver porque o povo está sofrendo demais”.

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“Liguei na Secretaria de Saúde e falaram que tem três médicos atendendo aqui, mas a situação é essa. Aí você vê que está piorando cada vez mais aqui em São Carlos a saúde”, critica.

Na Vila Prado, a situação não era muito diferente. Com pacientes “saindo pelo ladrão”, doentes reclamam do atendimento, da demora e da rispidez com que são tratados no local.

A dona de casa Viviane Alves afirma que chegou a reclamar da demora no atendimento com funcionários da UPA Vila Prado e a resposta foi a ameaça de acionar a Polícia Militar.

“Eles chamaram a viatura. Disseram que não poderiam fazer nada. Estão sendo mal-educados, ficam comendo lá dentro, na frente de todo mundo. Está um caos total”, comenta.

A dona de casa sofreu um acidente doméstico ao tentar socorrer o filho. Padece de dores generalizadas, está com os pés inchados e com o corpo tomado por hematomas. “Estão sendo mal-educados não só comigo mas com as outras pessoas também”.

Também esperando por atendimento, Vitória da Silva enfrentava a fila da unidade da Vila Prado após um expediente completo em um centro de compras da cidade. Ela sofre de dor de dente e de ouvido e estava a pouco mais de 2 horas na fila. “Está um descaso aqui”.
 

O que diz a Secretaria de Saúde
Procurada a Secretaria de Saúde de São Carlos afirmou que “todas as segundas e terças-feiras a procura por atendimento é sempre maior”.

Questionada sobre eventual reforço nos dois dias de maior movimento, a pasta justificou que uma ameaça de paralisação dos médicos da terceirizada Omesc que prestam serviço às UBSs e USFs sobrecarregou as Unidades de Pronto Atendimento.

A ameaça de greve ocorreu depois que a Prefeitura atrasou, pela segunda vez desde 24 de agosto, pagamento do contrato com a terceirizada. A pendência vem desde julho, mas a administração municipal repassa a responsabilidade para a empresa, uma vez que o não pagamento se deu por falta de entrega de documentação.

 

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