O primeiro dia de vacinação de idosos com mais de 90 anos contou com aglomerações em alguns pontos e fila de espera. No geral, os imunizados comemoram a primeira dose da vacina e vislumbram a volta do convívio social no pós-pandemia. Um dos casos é o dos irmãos gêmeos Neovile e Nélida, de 90 anos, que ficaram emocionados quando saíram de casa para tomarem o imunizante, segundo Daniele, filha de Neovile.
“Estava numa angústia e é uma emoção para eles saírem de casa para tomar a vacina. Não saíram durante todo esse tempo e graças a Deus a primeira dose já está aí”, comenta.
Neovile é mais ativo e sofreu bastante ficar em casa durante praticamente um ano, segundo a filha. Já a tia dela entendeu melhor a situação. “Graças a Deus, dias melhores teremos”.
Com 93 anos, Zília Cotrim disse que espera ter o convívio familiar restabelecido após a imunização. A esperança é de liberdade num futuro próximo. “Agora o importante é que eu posso me relacionar com a minha família. Estou fechada em casa faz um ano sem por o pé para fora. E com a vacina espero ter mais liberdade para poder abraçar um filho, um neto, um bisneto e eu tenho meia dúzia. É um bem para a humanidade, espero que venha para todo mundo”, torce.
Alguns idosos precisaram esperar um tempo, como Odete Botelho, de 91 anos, que esteve na manhã desta segunda-feira na Unidade de Saúde da vila Nery. “A vacina é o de menos. O duro é ficar aqui tantas horas. Mas estou bem mais segura”, relata.
Para o filho de Odete, Pedro Neo, era necessário ter mais organização. Ele mesmo explicou que as vacinas estavam no local, mas faltavam as carteiras de vacinação. “Cheguei aqui antes das 10h e são 11h e não fomos atendidos. É perigoso pois não tem distanciamento. São pessoas com mais de 90 anos”, critica.
Segundo o secretário de Saúde, Marcos Palermo, houve problemas pontuais de aglomeração e fila de espera para a vacinação em algumas unidades de saúde da cidade. “Houve aglomerações em algumas unidades, mas lembramos que hoje não é o único dia para vacinar. Essa faixa etária vai permanecer. Outra coisa é que muitos trazem mais de um acompanhante, então pedimos para que se evite isso de forma que não haja muitas pessoas de alto risco”, orienta.
De acordo com o secretário, aproximadamente 1300 pessoas em São Carlos estão com mais de 90 anos de idade. Familiares podem levar os idosos e solicitar que os profissionais da unidade de saúde vacinem eles dentro dos veículos, de forma a evitar aglomeração. “Além disso, os idosos acamados, aqueles que não conseguem se locomover, podem também solicitar o atendimento por agendamento para que a equipe vá atender a essa pessoa”, explica.