O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (25) que vai iniciar em 6 de setembro a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas acima de 60 anos. A data confronta o anúncio feito pelo Ministério da Saúde de que o reforço seria aplicado a partir do dia 15.
De acordo com Paulo Menezes, coordenador do Comitê Científico, o Estado passa por uma melhora progressiva dos indicadores, mas a chegada da variante Delta, que se tornou dominante em outros países, traz a necessidade da dose de reforço.
“Neste momento entendemos que é um passo a mais na proteção da população mais vulnerável essa possibilidade de ter a terceira dose. Dessa forma, o Comitê Cientifico reuniu as evidências de todo o mundo, estamos vendo em vários países a colocação dessa dose adicional, e assim o Comitê entende que é muito adequado nesse momento termos essa condição também para nossa população mais vulnerável”, disse.
O também coordenador do Comitê, João Gabbardo, reforçou que mesmo com a chegada da variante no Estado, não houve alterações nos indicadores da pandemia até o presente momento.
“Nossos indicadores continuam melhorando e a gente tem colocado reiteradamente que, mesmo com o aparecimento e intensificação de casos da variante delta, não temos nenhum tipo de alteração nos indicadores em consequência do aparecimento desta variante”, explicou.
Gabbardo salientou que a dose de reforço não será apenas em pessoas que tomaram a Coronavac. “A vacina que foi disponibilizada primeiro e atendeu a população de maior risco foi a Coronavac, então a grande maioria dos idosos de 60 anos utilizou a Coronavac, mas em outros países está sendo feita com vacinas diferentes”, completou.
Para a dose adicional vai ser entregue uma carteira de vacinação específica, de cor azul, para diferenciar da verde que inclui a aplicação das duas doses. O posicionamento do Comitê é de que a dose de reforço pode ser aplicada pela vacina que tiver disponível, incluindo a Janssen, mesmo sendo considerada dose única. O fabricante vai depender da disponibilidade.
O escalonamento deve seguir as mesmas regras do início da vacinação, começando com idosos com idade mais avançada. Segundo o Comitê, os idosos só serão vacinados após seis meses da aplicação da segunda dose pois só após este período é que há risco da queda da imunidade.
Todos aqueles que receberam as duas doses já estão cadastrados no Vacina Já, então os idosos só deverão procurar a unidade básica de saúde no período estabelecido, sem a necessidade de um novo cadastro. O calendário será divulgado em breve.
Prazo antecipado
Além da dose de reforço, o Comitê Científico também encaminhou ao Ministério da Saúde uma solicitação para antecipar o prazo entre as duas doses das vacinas Astrazeneca e Pfizer. A medida, no entanto, já foi confirmada nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a pasta, os idosos entre 70 e 80 anos e pessoas imunossuprimidas receberão a dose extra a partir de 15 de setembro. A vacina usada será a da Pfizer. Na mesma data, o país começará a redução do intervalo entre as vacinas da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas.