SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após atraso na entrega de insumos, o Instituto Butantan iniciou, na noite desta terça-feira (20), a produção de mais 5 milhões de doses da vacina Coronavac, que devem ser entregues ao Ministério da Saúde no dia 3 de maio.
Na última segunda-feira (19), vieram da China para São Paulo 3.000 litros do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), ingrediente necessário para a formulação e envase da vacina no país, enviados pela farmacêutica Sinovac.
A falta de matéria-prima havia barrado a produção em 7 de abril.
Desde janeiro, o total de unidades da Coronavac repassadas pelo governo de São Paulo ao ministério desde janeiro chega a 41,4 milhões de doses – é a principal vacina aplicada nos brasileiros. As doses são encaminhadas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) para serem distribuídas proporcionalmente aos estados.
Com a nova produção iniciada na terça, o instituto pretende aumentar o total de doses entregues para 46,4 milhões.
Um segundo carregamento de matéria-prima, com mais 3.000 litros – correspondentes a outras 5 milhões de doses -, aguarda autorização para embarque e deve chegar nas próximas semanas ao estado, mas ainda sem data definida.
Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, o atraso e o parcelamento da entrega dos insumos em dois lotes não deve alterar o cronograma final.
Este é o segundo atraso na entrega do IFA. Em janeiro, houve episódio semelhante após imbróglio da gestão do presidente Jair Bolsonaro com o governo chinês.
– Vacinação contra a Covid-19 em pessoas com doenças preexistentes será a partir de maio
– São Carlos inicia vacinação em idosos de 65 anos com novos postos drive-thru
Processo de produção
A partir do recebimento da matéria-prima, o primeiro passo é armazená-la em câmara fria e contêiner de aço inox, explica o Butantan. Depois, o contêiner é encaminhado para a sala de tanques para transferência do composto para a bolsa de agitação e, daí, para o tanque pulmão, onde ocorre o processo de envase.
Durante o processo de envase os frascos-ampola são lavados e esterilizados por meio de ar seco quente, passam automaticamente para a entrada da máquina envasadora e, por meio de esteiras automáticas, são posicionados nas agulhas que despejam o produto dentro dos frascos via bomba dosadora.
Os frascos-ampola já com o produto são entregues pela esteira automática à recravadora, para recebimento do selo de alumínio.
Uma terceira fase é a inspeção visual manual, rotulagem e checagem dos rótulos e, por fim, embalagem dos frascos-ampola.
Por último, após o conteúdo envasado, são feitos testes de qualidade por amostragem, incluindo aspecto, pH, volume extraível, volume médio, teor de alumínio, teste de vedação, osmolalidade, identidade, conteúdo antigênico, toxicidade, esterilidade e endotoxina.