Você já montou seu próprio negócio? Tem vontade de empreender? A dura realidade é que, no mundo dos negócios, o fracasso é mais comum que o sucesso. Nesta matéria, vamos mostrar as cinco principais coisas que podem falir empresas e o que você precisa fazer para isso não acontecer com a sua.
Empreender é um investimento de risco, principalmente quando consideramos o cenário atual. Para piorar, muitas empresas são abertas por necessidade, sem o mínimo de planejamento.
No entanto, o ímpeto de investir nunca deveria atropelar o estudo, o conhecimento e a inteligência do negócio. São justamente essas coisas que diminuem o risco de quebra.
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O mercado não perdoa, e quem não está preparado acaba quebrando. Um estudo do IBGE, com dados de até 2018, mostra que, naquele ano, o país teve um saldo negativo de empresas.
Enquanto 697 mil empresas começaram suas operações em 2018, 763 mil companhias encerraram suas atividades no mesmo ano. E olha que esse estudo deixa os microempreendedores individuais de fora.
Em 2020, somente até junho, 1,3 milhões de empresas já tinham sido fechadas, temporária ou definitivamente. E 40% delas por conta da pandemia.
Nossa intenção ao mostrar esses dados não é jogar um balde de água fria no seu sonho. Acreditamos no empreendedorismo e somos incentivadores de novos negócios.
Mas é preciso tomar alguns cuidados para fazer a coisa do jeito certo, criando uma empresa que terá uma vida longa.
Confira as 5 coisas que podem falir sua empresa:
1. Causas externas
A primeira coisa que pode falir empresas são as causas externas. Por exemplo, a própria economia do país.
Infelizmente, o Brasil ainda é um país com imensas dificuldades para quem quer empreender. São setores muito fechados, impostos altos, burocracias desnecessárias, mão de obra desqualificada, falta de infraestrutura logística e por aí vai.
Para se preveni, o ideal é conhecer muito bem o setor em que você pretende atuar e as leis que sua empresa precisa seguir.
Além disso, pesquise a fundo as questões fiscais e tributárias para não ter surpresas desagradáveis quando a empresa estiver em operação.
Mas, para não falar só de coisa ruim, existe um movimento que facilitou a vida do pequeno empreendedor brasileiro: o MEI, que talvez seja a solução de maior sucesso até o momento.
Tanto é que, de acordo com dados do ministério da economia, o país no final de 2020, tinha 19,9 milhões de empresas abertas no país, e 56% delas eram MEI.
2. Situação do empresário ao abrir a empresa
Outra coisa que pode falir empresas é a situação do empresário no momento da abertura do negócio. O ideal é não abrir apenas por necessidade, nem colocar todos os recursos no empreendimento.
Pense no seu negócio como um recém-nascido, que precisa de tempo para crescer e amadurecer. Mas sabemos que, infelizmente, abrir um negócio por necessidade é a realidade da maioria das pessoas.
Então o que fazer? Desistir? Claro que não! Mesmo sendo uma necessidade, você pode fazer as coisas do jeito certo desde o começo.
Por exemplo, não cometa o erro clássico de confundir o seu dinheiro com o dinheiro da empresa. Defina uma quantia mínima adequada para ser o seu salário, e o resto deixe na empresa para o capital de giro, o fundo de emergência e as melhorias do negócio.
Por maior que sejam as suas necessidades, manter o negócio financeiramente saudável no primeiro ano é importantíssimo. Isso vai dar força para manter a empresa em crescimento nos anos seguintes.
3. Falta de planejamento
Uma das principais coisas que podem falir empresas é a falta de planejamento. O Sebrae fez uma pesquisa com mais de 1.700 empresários e eles disseram que o planejamento é o fator mais importante para uma empresa sobreviver.
Os empreendedores ficam se preocupando muito se o produto que criaram é inovador ou se o logo da empresa está bonito. Isso é importante? Sem dúvidas. É o mais importante? Absolutamente não.
Muitos novos empresários não fazem nem um mapeamento decente do mercado em que vão atuar.
Não observam como é a concorrência, não planejam a logística, nem fazem pesquisa com potenciais clientes para saber o que acham do serviço ou produto que vão oferecer. Alguns não sabem nem qual é seu público-alvo.
Mas é preciso avaliar a viabilidade do negócio, bem como do produto ou serviço, tanto no curto como no longo prazo.
Você tem que dominar os pontos importantes do seu negócio, como por exemplo, em qual mercado a empresa está inserida? Qual é o público-alvo? Qual é o posicionamento do seu produto ou serviço dentro do mercado? Quem são os concorrentes? E os fornecedores? Qual é sua experiência nesse ramo?
E não é só isso. Quais são os pontos fortes e fracos do seu produto ou serviço? E do seu processo de fabricação, execução, propaganda e vendas? Qual é seu capital e sua expectativa de faturamento? Se você não sabe responder a essas perguntas, seu planejamento não está bom.
Um bom planejamento ajuda até nas adversidades.
4. Capacitação profissional
A quarta coisa que pode falir empresas cedo demais é não investir em capacitação profissional. Educação não é custo, é investimento. Para abrir e manter um negócio bem-sucedido é essencial investir na capacitação dos gestores e da equipe que faz a sua empresa funcionar.
Muitos empresários, principalmente os microempreendedores individuais, costumam se preocupar só com a capacitação dentro da sua área.
Se forem chefes de cozinha, fazem mais um curso de culinária. Se forem eletricistas, procuram as novidades técnicas dessa área. E acabam não investindo em conhecimento sobre como gerenciar bem o negócio.
Com isso, a bem da verdade, estão se preparando para serem excelentes funcionários em empresas de outras pessoas.
Não capacitar a equipe, com medo de “treinar o funcionário para outra empresa”, é furada. No caso do chefe de cozinha, o que adianta ele ser excelente se seu ajudante faz tudo errado? Ou se os atendentes de sua equipe são mal-educados com os clientes?
Uma equipe preparada e motivada é o motor de crescimento de qualquer empresa. Mesmo com o dinheiro curto, existem formas de conseguir conhecimento sem aumentar a despesa. Na internet há cursos grátis, blogs e canais no YouTube, só para citar alguns exemplos.
5. Mau gerenciamento
A quinta coisa que pode falir empresas é o mau gerenciamento.
De nada adianta se planejar, estudar o mercado, estar capacitado e ter uma equipe qualificada, mas não conseguir colocar toda essa orquestra para tocar uma música bonita e afinada.
A forma como você gerencia seu negócio é a principal causa de sucesso ou fracasso. O olho do dono engorda o boi isso depende de o dono saber qual comida o boi come, em que horário ele come, que quantidade ele come e se haverá comida para o ano todo.
Se a empresa só depende de você, vai ser preciso muita disciplina para dar conta de todas as necessidades do seu negócio.
Se há mais gente envolvida, você vai ter que delegar as tarefas de um jeito inteligente, e de uma maneira que permita ver, dia a dia, semana a semana, um resumo dos resultados de cada colaborador.
Assim você conseguirá medir os pontos eficientes e outros que estão deixando a desejar, bem como fazer as correções e melhorias necessárias.
Delegue as atividades mais “mecânicas” e fique com as que precisam de mais estratégias. Invista o seu tempo no que realmente interessa.
Agora que você conhece as principais coisas que podem falir empresas, cabe a você tomar os cuidados necessários para fortalecer seu negócio.
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