Beth Goulart perdeu o pai, Paulo Goulart, em 2014. Como ela, a mãe (Nicette Bruno) e os irmãos (Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho) são espiritualistas, todos se reuniram em torno dele em uma roda de oração. Ao jornal Extra, a atriz contou que sentiu o “momento em que a alma se desprendeu do corpo” de seu pai. Em 2020, quando Nicette morreu de covid-19, um mês antes da chegada da vacina ao Brasil, a despedida não pôde ocorrer da mesma maneira.
Com Nicette internada na UTI, intubada e inconsciente, a família precisou se despedir a distância. “Eu disse: ‘Mamãe, a senhora foi maravilhosa, se for para ir, pode ir, vá em paz'”, contou. Após a morte da mãe, Beth precisou lidar com o sentimento de solidão. “Estou aprendendo a ser mãe de mim mesma”, contou. A dor virou inspiração para ela escrever um livro.
A ideia original era de que a obra fosse escrita pelas duas, compartilhando experiências profissionais e pessoais. Seis meses depois de perder a mãe, ela resolveu retomar o livro e tentar resumir o que se passava dentro dela naquele momento.
“Perder mãe é forte demais. A gente perde a maior referência, a sensação de orfandade é muito grande. Você zera o jogo e tem que descobrir como vai ser dali para frente”, disse.
“Quem eu sou? Quem eu quero ser? Quais as minhas escolhas? Fiz um mergulho interno de autoconhecimento, autoafirmação e descoberta de novas possibilidades. Com a morte do papai, realizamos uma peça (de teatro). A da mamãe gerou um livro”, completou a atriz.