Júlio César Pinto Cocielo é um influenciador digital e humorista que se tornou réu em um processo onde é acusado de publicar mensagens racistas em seu perfil no X (antigo Twitter). Até então, a ação corria em sigilo, mas, em dezembro do ano passado, a Justiça Federal acolheu um pedido do MPF (Ministério Público Federal), tornando o processo público.
Em uma das publicações feitas entre 2011 e 2018, o influenciador menciona o atacante francês Kylian Mbappé: “Conseguiria fazer uns arrastão top na praia, hein”.
Em outro tweet, ele fala que “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.
Após a repercussão negativa de suas falas na internet, Cocielo apagou aproximadamente 50 mil tweets de seu perfil no X e publicou um vídeo, pedindo desculpas.
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“Hoje eu leio tudo aquilo que eu postei e me sinto envergonhado. Foram coisas absurdas”, disse o influenciador na época. “Aquele monte de merda que eu falei está muito distante de quem eu sou hoje.”
O processo está em fase final em primeira instância, pronto para o julgamento, sendo que cada postagem pode resultar em uma pena de até cinco anos para Cocielo. Além disso, a veiculação das mensagens em uma rede social é considerada um agravante, o que pode aumentar sua pena.
Para o MPF, as publicações do influenciador mostraram a intenção deliberada de praticar os crimes.
“Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, afirma o procurador da República João Paulo Lordelo, responsável pela ação.
O MPF também destaca que a liberdade de expressão não deve ser considerada absoluta e precisa ser exercida em harmonia com outros direitos fundamentais. Desta forma, a livre expressão do pensamento não admite manifestações que impliquem em incitação ao racismo.
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