Na última quarta-feira (1), o Brasil completou 30 anos sem o piloto tricampeão mundial, Ayrton Senna da Silva. Eternizado na memória daqueles que o viram correr e dos amantes da velocidade, o piloto morreu em um acidente, durante uma etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1, em 1994.
O que mudou desde o acidente de Ayrton Senna?
No mesmo final de semana que vitimou Ayrton Senna, outro piloto, o austríaco Roland Ratzmberg, também morreu na pista. Desde então, a segurança dos carros da Fórmula 1 foi aprimorada.
As mudanças envolvem desde a proteção do espaço ocupado pelos pilotos, para reduzir o impacto das batidas, até a ergonomia de direção, deixando a linha dos ombros dos pilotos abaixo do carro para uma maior proteção.
As pistas tiveram as áreas de escape ampliadas e as barreiras de proteção foram aprimoradas, para amortecer fortes impactos.
Halo salva-vidas
Introduzido em 2018, a tecnologia do Halo, barra de aço colocado na frente dos carros, salvou vidas de pilotos em ao menos três ocasiões.
Charles Leclerc (Sauber), 2018: ainda jovem piloto, numa das pistas consideradas mais perigosas da Fórmula 1, o circuito de SPA na Bélgica, a Sauber de Leclerc foi atingida pela Mclaren de Fernando Alonso. Com a batida, o carro da Mclaren subiu em cima do carro da Sauber e a cabeça de Leclerc não foi atingida graças ao Halo.
Roman Grosejan (Haas), 2020: o piloto bateu sua Hass no Grande Prêmio do Bahrein. O carro se partiu ao meio e explodiu. Uma das explicações sobre o que teria salvado a vida do piloto é justamente o Halo. De acordo com especialistas, sem ele, Grosejan poderia ter desmaiado ou ate mesmo morrido na hora, atingido por uma viga metálica.
Guanyu Zhou (Alfa Romeo) 2022: na corrida de Silverstone, na Inglaterra, o carro do piloto arrastou no chão de ponta cabeça, capotando várias vezes até atingir o alambrado. Graças ao Halo, Zhou saiu andando do veículo
Relembre o acidente de Senna
O acidente, que vitimou Senna, foi transmitido para todo o mundo. Era um domingo, feriado do dia do trabalho, e a Fórmula 1 estava em Ímola, na Itália, para a disputa de mais uma etapa do campeonato.
O Brasil, como de costume, se posicionou em frente às TVs, para assistir mais um domingo de Senna, brilhando nas pistas e indo ao pódio para ouvir o hino do Brasil. Mas a história daquele dia jamais seria esquecida pela tragédia que vitimou Senna.
Fim de semana sombrio
As tragédias que marcaram aquele fim de semana poderiam ter sido evitadas, quando, na sexta-feira, o também brasileiro, Rubens Barrichello, teve um forte acidente durante os treinos.
O carro que ele pilotava “voou” da pista até encontrar a barreira de pneus na lateral e cair de cabeça para baixo. Esse era um prenúncio, de um dos capítulos mais tristes da história da Fórmula 1 e do automobilismo mundial.
No sábado, ainda antes do acidente de Senna, outro piloto foi vítima da pista de San Marino, em Ímola. Roland Ratzenberg, piloto austríaco, se acidentou durante a classificação para a corrida. A pancada a cerca de 310 km/h causou a morte do piloto.
Preocupação no pit lane
Os dois acidentes, um deles fatal, causaram a preocupação dos pilotos com a segurança da prova. Senna cogitou não correr.
No documentário do globoplay “Olha O Que Ele Fez”, que conta a carreira de Galvão Bueno, narrador e amigo de Senna, ele relata como o piloto estava se sentindo antes da corrida. Segundo Galvão, “Senna estava preocupado pensou em não correr, mas pediu uma bandeira da Áustria, o piloto queria vencer a corrida do domingo e homenagear Ratzenberg“.
A corrida
Mesmo com a morte de Ratzenberg, a corrida foi mantida e resultou no acidente que vitimou Ayrton Senna.
Pole-position para a corrida de domingo, Senna liderava a prova com vantagem de meio segundo para Michael Schumacher. Era apenas a sétima volta da prova e, ao chegar à curva Tamburello, Senna perdeu o controle do carro e bateu contra o muro, em uma velocidade de 210 km/h. Senna morreu na hora.
O Brasil se despediu de um de seus maiores ídolos da história naquele 01/05/1994. O legado de Senna transpassou gerações e o piloto tem admiradores que não tiveram a oportunidade de vê-lo em ação, tamanha a sua grandeza e contribuição para o esporte.
*Texto sob supervisão de Marcos André Andrade
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