Sem Paulo André, um dos principais atletas da velocidade brasileira e uma das esperanças do Brasil na prova dos 100 metros rasos, que está na casa mais vigiada do Brasil, Felipe Bardi e Erik Cardosos, duas jovens promessas da velocidade, começaram muito bem a Temporada Indoor do Atletismo Brasileiro, com um bom resultado para o início de temporada, dando boas perspectivas para os principais campeonatos que veem pela frente, entre eles o Mundial Indoor.
Os velocistas Erik Cardoso e Felipe Bardi, ambos do SESI-SP, comemoraram os seus melhores inícios de temporada na Copa Brasil Loterias Caixa Indoor de Atletismo, neste domingo (6), em Bragança Paulista. Ambos vão estrear em competições em pista coberta, comuns no inverno no Hemisfério Norte, estão ansiosos pela convocação para o Campeonato Sul-Americano Indoor, nos dias 19 e 20 de fevereiro, em Cochabamba, na Bolívia, e para manter a qualificação para o Mundial de Belgrado, na Sérvia, que será disputado de 18 a 20 de março.
Os velocistas comemoraram o melhor início de temporada na pista do Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo. Felipe Bardi foi o mais rápido, com 10.24 (1.0), Erik fez 10.26 e Luís Gabriel Pereira Silva (MEM), 10.40.
“Eu nunca tinha corrido isso no primeiro ‘tiro’ do ano. Em 2021, eu corri 10.30 e alguma coisa numa semifinal e depois 10.17. É o meu melhor início de temporada. Estou muito feliz, treinando bem, focado e agora vou esperar a convocação para o Sul-Americano. Hoje, estou classificado para o Mundial Indoor, é tentar manter a minha vaga e continuar trabalhando. Quero agradecer a Marinha do Brasil, o Sesi-São Paulo e as Loterias Caixa por todo o apoio”, disse Felipe Bardi.
“No ano passado eu corri 10.60 na minha primeira prova. Tenho de agradecer muito a Deus por estar começando o ano de competições com 10.26, o meu melhor início de temporada, entre minhas melhores marcas. Agora é focar no Sul-Americano Indoor, pretendo seguir firme. E também esperar concluir a convocação para o Mundial Indoor e buscar melhorar o resultado, dar o nosso melhor”, disse Erik.
Ambos treinam com Darci Ferreira no Sesi, em Santo André, e vão estrear em pista indoor. Estão trabalhando duro – especialmente na largada – para os 60 m, a distância que correrão na pista coberta. Nenhum deles nunca competiu provas indoor em pista de 200 m. “Estamos trabalhando a largada, não tenho ideia de como é parar no colchão”, disse Erik, referindo-se à competição.
Já o saltador Alexsandro Melo, o Bolt (CT Maranhão), conhece muito bem a pista indoor de Cochabamba – ganhou o salto triplo no Sul-Americano de 2020. Na Copa Brasil tentou se qualificar também para o salto em distância – foi o segundo na prova, com 7,97 m, atrás do uruguaio Emiliano Lasa, com 8,11 m. O terceiro foi Weslley Beraldo (AAP), com 7,73 m. “Por seis centímetros não me qualifiquei para o Sul-Americano no distância, mas o importante foi que eu consegui acertar a minha marca. Eu tinha competido na semana passada e não tinha conseguido acertar. E vai vir uma marca muito boa no Sul-Americano, vou para cima desse índice para o Mundial (8,22 m).”
Bolt está qualificado para o salto triplo. “Eu amo Cochabamba! Saltei duas vezes 17 m lá na competição. Espero chegar lá e saltar muito bem – vai vir uma meia bem especial, surpresa”, disse Bolt que usa meias diferentes em todas as competições, sempre com muito estilo.
A Copa Brasil recebeu a classificação D, com pontuação maior no Ranking de Pontos da World Athletics para o Mundial Indoor de Belgrado. Todos os atletas com índice para o Campeonato Mundial, até o limite de dois atletas por prova e gênero, estão qualificados também para o Sul-Americano Indoor de Cochabamba. A competição marcou o fechamento do prazo para o Ranking Brasileiro, de 1 de janeiro de 2021 a 6 de fevereiro de 2022, válido para a convocação de vagas remanescentes ao Sul-Americano Indoor (em caso de empate, será utilizado o Ranking Mundial da WA por pontos para definir os representantes).
Juliana De Menis Campos (AABLU) venceu o salto com vara com 4,31 m, seguida por Nicole Barbosa (Pinheiros), com 3,91 m, e Beatriz Chagas (ASPMP), com 3,81 m. Juliana treina com Karla Rosa em São Bernardo do Campo, mas está acostumada a saltar em área indoor. A prova foi a única em pista coberta no CNDA. “Acho bem importante treinar indoor para melhorar a técnica – rende muito”, disse Juliana, que trabalha para fazer o índice (4,70 m) para o Mundial de Eugene – ao ar livre e a principal competição do calendário de 2022 -, nos Estados Unidos, de 15 a 24 de julho.
Juliana mudou de técnica – da escola de saltos russa para a americana – e não teve uma boa temporada em 2021 por causa da adaptação. “Tenho a expectativa de ir para o Sul-Americano Indoor, pensando no Mundial ao ar livre”. Juliana briga pelo índice, mas também quer somar pontos no Ranking Mundial, outra forma de qualificação para a principal competição do ano.
Edilson Carrogi, diretor da Caixa, e Luciana Bassani, superintendente Nacional de Cartões, participaram das premiações da competição.
Foram arrecadados 25 kg de alimentos que serão destinados para a Associação Beneficente de Estudos Espíritas León Denis, de Bragança Paulista. A Copa Brasil teve cinco horas de transmissão pelo canal do YouTube da CBAt.
Todos os resultados estão disponíveis no site da CBAt Confira os resultados
Na Europa
No Meeting Indoor da Cidade de Pombal, disputado no sábado (5/2), no ginásio do Expocentro, em Portugal, Rosangela Santos venceu a prova dos 60 m, com 7.35. A brasileira, nascida nos Estados Unidos, é a recordista sul-americana, com 7.17, está qualificada para o Mundial de Belgrado. As portuguesas Gorete Semedo, com 7.41, e Íris Silva, com 7.63, ficaram com as medalhas de prata e de bronze na competição.
No dia anterior, no Meeting Elite de Miramas, na França, o carioca Gabriel Constantino conquistou a medalha de bronze nos 60 m com barreiras, com 7.79, mesma marca do segundo colocado, o turco Mikdat Sevler, que ficou em segundo. O campeão foi o francês Pascal Martinot-Lagarde, com 7.63.