O ChatGPT, robô desenvolvido pela OpenAI, que usa IA (inteligência artificial) para interagir com os usuários respondendo perguntas por meio de texto, surpreendeu em mais um teste feito com a ferramenta, sendo aprovado em uma prova de MBA.
O professor Christian Terwiesch usou o ChatGPT para responder perguntas de sua avaliação final da disciplina Gerenciamento de Operações, que faz parte do curso MBA da Wharton Business School, escola de negócios vinculada à Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. A IA passou no teste com uma nota “B ou B menos”, segundo Terwiesch, resultado suficiente para ser aprovada.
De acordo com o site americano Business Insider, o professor avaliou que o ChatGPT foi “excelente” em suas explicações para perguntas simples, mas cometeu erros em cálculos que exigiam conhecimento de matemática e na compreensão de questões mais complexas.
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O ChatGPT foi criado pela startup de pesquisa e desenvolvimento OpenAI. A empresa foi fundada em 2015 como uma pequena organização sem fins lucrativos pelo investidor do Vale do Silício Sam Altman e pelo bilionário Elon Musk, que deixou a presidência da organização em 2018. Lançado dia 30 de novembro do ano passado, o sucesso do ChatGPT foi estrondoso e, menos de uma semana depois, já havia atingido a marca de 1 milhão de usuários.
COMO FUNCIONA?
O ChatGPT é um chatbot que usa inteligência artificial para interagir com as pessoas. A ferramenta é semelhante às assistentes virtuais Alexa (Amazon) e Siri (Apple), porém, em vez de voz, se comunica por texto.
A tecnologia foi treinada com uma técnica de aprendizado de máquina chamada “Aprendizagem por Reforço com Feedback Humano” (RLHF, na sigla em inglês), ou seja, usa os feedbacks dos usuários para fornecer respostas cada vez mais rápidas e precisas. Segundo a OpenAI, o processo de treinamento da ferramenta consiste em alimentar o ChatGPT com um grande conjunto de dados de texto e, em seguida, usar esses dados para que ele aprenda padrões dentro do idioma.
POLÊMICAS SOBRE A FERRAMENTA
Para utilizar o ChatGPT, após fazer login na plataforma, basta enviar uma pergunta ou comando, pressionar “Enter” e aguardar a resposta. O robô é capaz de tirar dúvidas gerais, contar piadas, dar conselhos, ou seja, responder qualquer pergunta.
Sua capacidade de resposta fez até surgir especulações de que a tecnologia pode acabar com o sistema de busca do Google. O chatbot ainda está em fase experimental e, como toda inovação baseada em IA, não está livre de problemas. A ferramenta já coleciona muitas polêmicas envolvendo o uso do software para produzir redações, livros, notícias falsas e até resumos de trabalhos científicos.
MAS O CHATGPT É CONFIÁVEL? IA RESPONDEU
De acordo com Ranyeri do Lago Rocha, analista de treinamentos do Inatel Competence Center – ICC-Inatel e doutorando em Eng. Elétrica na área de Inteligência Artificial, sempre que uma nova tecnologia, que invade o campo da “Inteligência”, é desenvolvida ou aperfeiçoada, esta pergunta sobre sua confiabilidade surge. “Não é à toa que os filmes de ficção científica de vários anos atrás já brincavam com a ideia de máquinas suplantando a inteligência humana e acabando com a sociedade”, brinca.
Para explicar como funciona, o analista de treinamento do ICC-Inatel testou a ferramenta e perguntou: “O ChatGPT é confiável?”. E a resposta do robô foi: “Como uma IA, eu sou uma ferramenta criada para auxiliar com informações e tarefas. A informação é fornecida baseada nos dados que eu uso para me treinar e no conhecimento que eu me programo. Minhas respostas são geradas baseadas em padrões nestes dados e, enquanto eu me esforço para ser preciso e útil, eu posso nem sempre ter a informação mais atual ou ter alguns erros. É sempre uma ótima ideia verificar a informação que eu forneci com uma fonte confiável.”
A verdade, segundo o especialista, é que todos estes sistemas de IA são limitados ao que eles já viram e o que eles produzem são frutos dos padrões encontrados nesses dados e o poder de generalização que esses sistemas têm. “O ChatGPT também funciona assim. Como hoje o acesso à informação é quase ilimitado, ele tem uma imensa capacidade de extrair dados e generalizar ou criar textos com contextos cada vez mais próximos ao do humano”, explica.
Outra informação importante é que a resposta gerada não é sempre a mesma. “Este é outro fator de destaque nos sistemas inteligentes. Dizer a mesma coisa, mas de forma diferente. É assim que nós humanos fazemos. Portanto, o ChatGPT respondeu sobre sua confiança baseado no seu conhecimento, e não, em uma resposta previamente programada”, observa.
Como todo sistema de IA, há possibilidade de erro. De acordo com Ranyeri, são sistemas que trabalham com probabilidades e há sim uma possibilidade da informação gerada pelo ChatGPT não ser 100% verdadeira, ou acurada. “É sem dúvidas, uma ferramenta brilhante. A capacidade de criar respostas em pouquíssimo tempo impressiona. A qualidade dos textos, também. Mas é importante que o usuário, humano, seja capaz de avaliar a resposta e decidir se a informação é útil, verdadeira, reflete a realidade, etc.”, finaliza Rocha.
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