9 de maio de 2024
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Cibersegurança

Aplicativo do Google Play é convertido em spyware

Um aplicativo de gravação de tela se transformou em um spyware após meses de serviço legítimo

Um aplicativo com mais de 50.000 downloads acumulados no Google Play foi transformado em uma ferramenta de espionagem. De acordo com a empresa de segurança ESET, foi uma atualização em agosto de 2022 que fez com que o iRecorder – Screen Recorder se tornasse um spyware.  

Lançado em setembro de 2021, o programa tinha a funcionalidade de gravar a tela do celular, tendo acesso e permissão para acessar a câmera, microfone e arquivos do aparelho. Assim, quando atualizado para versão 1.3.8 – lançada em agosto do ano passado – o malware não teve problemas para realizar seus objetivos. 

Os perigos apresentados por ataques de programas maliciosos não é algo novo; segundo dados do AV-TEST Institute, mais de 450.000 novos malwares e PUAs – potentially unwanted applications, ou aplicações potencialmente indesejadas – são registrados todos os dias. Entretanto, o que intriga os pesquisadores é o modo como o spyware foi distribuído. 

É algo raro um programa legítimo ser disponibilizado por um desenvolvedor para ter um código malicioso adicionado a ele depois de quase um ano. O AhRat também não foi encontrado em nenhum outro local. Vale ressaltar que ele é uma versão altamente modificada da ferramenta open-source AhMyth Android RAT – remote access trojan, ou trojan de acesso remoto – e, segundo a ESET, quem quer que seja que tenha feito as alterações precisou de um amplo conhecimento tanto do aplicativo quanto do backend

De acordo com Luká tefanko, pesquisador da ESET, o estudo do caso AhRat serve como um bom exemplo de como uma aplicação inicialmente legítima pode se transformar em uma maliciosa, mesmo muitos meses depois, espionando seus usuários e comprometendo sua privacidade. Enquanto é possível que o desenvolvedor do app tenha tido a intenção de construir uma base de usuários antes de comprometer seus dispositivos Android por meio de uma atualização ou que um ator malicioso tenha introduzido essa mudança no app; até agora, não temos evidências para nenhuma dessas hipóteses.” 

Os responsáveis e seus motivos permanecem desconhecidos, mas as funcionalidades da ameaça sugerem uma campanha de espionagem, segundo os especialistas. Além do recurso de gravação de tela, o aplicativo pode extrair dados como imagens, áudios, vídeos, páginas da web salvas, entre outros, além de poder captar o áudio ambiente por meio do microfone do aparelho infectado. 

O ocorrido serve para reforçar a necessidade do investimento em segurança cibernética, além alertar para possibilidades normalmente negligenciadas: até mesmo um programa considerado legítimo e confiável pode acabar sendo transformado em uma ameaça.
 

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André Morel | Itshow

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