A Roadsec 2023, amplamente reconhecida na indústria de TI, trouxe discussões que abordam os principais desafios e oportunidades da era digital, desde a transformação de mentalidades até as ameaças cibernéticas emergentes. Neste especial Itshow on the road: Roadsec, líderes da indústria de TI destacaram a essência, os desafios e as perspectivas das transformações digitais no mundo atual.
Como lidar com o futuro do Deep Fake
Bruno Sartori, jornalista e especialista em mídia sintética, com 5 anos de experiência em Deep Fake, traz no primeiro episódio do especial Itshow on the road: Roadsec suas preocupações em relação ao uso indevido da tecnologia Deep Fake, particularmente em fraudes, e como se apropria de imagens reais. Ele enfatizou a necessidade de investir em tecnologias capazes de identificar conteúdo manipulado por IA, citando, por exemplo, uma tecnologia da Intel que verifica o fluxo sanguíneo nos rostos para determinar a autenticidade de vídeos.
Além disso, Sartori discutiu o surgimento e evolução dessa tecnologia, que começou predominantemente no setor pornográfico, mas rapidamente encontrou aplicações em entretenimento, publicidade e até diagnósticos médicos. Ele também abordou a necessidade de legislação específica para regular o uso do Deep Fake e assegurar seu uso ético e responsável.
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A educação como instrumento de cultura de cibersegurança
No segundo episódio, Leandro Mainardi, o primeiro brasileiro a trabalhar na EC-Council – uma grande instituição de certificação em cibersegurança – e atual diretor de educação da Acadi-TI, enfatizou a importância da educação para elevar o nível de maturidade do mercado brasileiro em cibersegurança. Ele argumenta que a cibersegurança deve ser entendida não apenas como um meio de proteção tecnológica, mas também, como uma forma de transformar vidas e sociedades.
A educação em cibersegurança visa não apenas capacitar profissionais, mas também criar uma consciência cultural sobre a importância da segurança no mundo digital. Esse entendimento abrangente serve para proteger não apenas empresas, mas também indivíduos, visto que atualmente todos estão conectados e expostos a riscos no ambiente virtual. Mainardi destaca que, assim como no passado a sociedade tinha regras para proteger-se no mundo físico, hoje é essencial estabelecer e compreender protocolos de segurança no ambiente digital.
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O uso do CTF na identificação de vulnerabilidades
O terceiro episódio aborda a importância de competições, como o “Capture the Flag” (CTF), na identificação de vulnerabilidades e na formação e reconhecimento de talentos na área de cibersegurança. A Stark Bank, representada por Paulo Baldin, Head de Cibersegurança e Proteção de Dados, destacou a relevância de eventos como o CTF para identificar novos talentos no mercado de segurança. Para eles, o CTF não é apenas um jogo, mas uma ferramenta real para revelar habilidades em cibersegurança, permitindo a participação de pessoas com diversos níveis de conhecimento.
Adryan Alencar, um jovem desenvolvedor back-end e parte da equipe Stark Bank, falou sobre o design do CTF, mencionando a necessidade de criar desafios em um ambiente seguro, separado do ambiente de produção real da empresa, mas com vulnerabilidades reais e intencionais implementadas. Isso permite que os participantes tenham uma experiência próxima da realidade, enfrentando desafios variados, desde níveis básicos até os mais avançados.
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Como criar operações de SOC
Daniel Lima, diretor de SOC da NTT, traz no quarto episódio do especial Itshow on the road: Roadsec as práticas e desafios de criar e operar um SOC (Centro de Operações de Segurança). Ele enfatiza a importância da retenção de talentos e a colaboração com outras áreas, como RH, para garantir um turnover baixo. Um desafio preocupante do SOC é o alto nível de rotatividade, pois a entrada e saída frequente de profissionais implica em constantes treinamentos e integração à cultura da empresa. Daniel também destaca a relevância das campanhas de treinamento, como a “Academy”, que oferece formação para novos profissionais.
A troca de informações entre SOCs globais da NTT é essencial para prevenir ameaças, visto que a empresa opera em diversos países. Assim, eles se beneficiam da colaboração internacional para se antecipar a possíveis ameaças. Lima também menciona o conceito de Zero Trust Network, um protocolo que presume que a rede interna não é mais segura. Com isso, a microssegmentação e a observabilidade tornam-se essenciais para monitorar e proteger efetivamente os dados e operações.
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Como os eventos de tecnologia impactam o mercado de TI
O quinto episódio com Anderson Ramos, CEO da Flipside, discute a importância e o impacto dos eventos de tecnologia no mercado de TI, mais especificamente, a Roadsec, que é organizada por sua empresa. Anderson destaca que o festival não apenas atrai novatos no mercado, mas também reúne líderes como CIOs, CISOs e CTOs. Criado com a proposta de estreitar distâncias entre diferentes públicos e profissionais do setor de tecnologia, a Roadsec busca promover interações significativas entre estudantes, profissionais já estabelecidos, comunidades tecnológicas, patrocinadores e o ecossistema comercial ao seu redor.
Com mais de 100 edições já realizadas, a pandemia trouxe desafios, mas também revelou uma demanda reprimida por eventos como este, sendo a conexão pessoal vital para a comunidade. Além disso, a pandemia evidenciou a dependência de tecnologia e a necessidade de mão-de-obra qualificada, especialmente quando muitos profissionais qualificados do Brasil foram absorvidos por empresas internacionais sem sair do país. Anderson ressalta que, à medida que novas gerações entram no mercado e ocupam posições de liderança, há um racha cultural, com uma diferença acentuada entre aqueles que se lembram do mundo sem internet e os nativos digitais. Ele sugere que líderes de TI precisam se envolver genuinamente com a tecnologia, se atualizando constantemente, para entender e dialogar com as novas gerações de profissionais.
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Criando uma empresa com centenas de funcionários em menos de 1 ano
O sexto episódio com Fernando Galdino, diretor estratégico da SEK, detalha a impressionante trajetória da empresa de cibersegurança. Em menos de um ano, a SEK tornou-se uma das principais referências no mercado de cibersegurança, partindo da aquisição de três grandes empresas da região (incluindo Brasil, Chile e Argentina). Com o apoio de um fundo de investimentos significativo, a empresa se propõe a ser a principal plataforma de cibersegurança da região. Já iniciaram suas operações com 700 funcionários e possuem um portfólio completo que abrange desde a revenda de grandes tecnologias até consultorias especializadas.
A cultura da empresa, mesmo recente, é marcada por uma abordagem inclusiva e colaborativa, buscando sempre o melhor ambiente para o desenvolvimento profissional em cibersegurança. Além disso, destaca-se a preparação da SEK para crescimento rápido, pois, com sua ambição de quintuplicar seu tamanho em cinco anos, a empresa tem focado fortemente em processos e controles internos, bem como em estratégias robustas de integração (onboarding) para garantir que seus colaboradores estejam alinhados com os valores e exigências da empresa, especialmente em um setor tão crítico quanto o de cibersegurança.
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Mentalidade do líder de TI de alta performance
O sétimo e último episódio do especial Itshow on the road: Roadsec traz três especialistas em tecnologia para discutir vários aspectos da vida do líder de TI que quer ter uma alta performance. Adriana Saty, desenvolvedora de software e produtora de conteúdo da WebSaty, abordou a importância do uso da estratégia data-driven na vida pessoal, assim como as empresas o fazem. Ela enfatizou a necessidade de rastrear o tempo gasto em várias atividades para gerenciar metas pessoais e profissionais de maneira mais eficiente, bem como a importância do descanso.
Andrew Martinez, CEO da HackerSec, discutiu a importância da cibersegurança e salientou a necessidade de conscientização contínua sobre ameaças cibernéticas. Ele enfatizou que as soluções de cibersegurança são complementares e as empresas precisam ter uma visão abrangente da segurança. Guilherme Scheibe, diretor do PCI Council na América Latina, salientou a constante evolução da segurança dos meios de pagamento e destacou a necessidade de treinamento contínuo e processos bem definidos para identificar e mitigar vulnerabilidades.
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A Roadsec 2023 foi muito mais do que um evento: representou uma imersão nas profundezas dos desafios e possibilidades da era digital. Reunindo mentes brilhantes e líderes da indústria de TI, ofereceu perspectivas variadas, mas convergentes, sobre o que realmente significa a transformação digital e os obstáculos da cibersegurança que a acompanham. A importância da mentalidade, da adaptabilidade e da inovação foram temas recorrentes, sublinhando a imperatividade de uma abordagem proativa em vez de reativa neste ambiente digital em constante evolução.
por Fernanda Martins | Itshow
