20 de maio de 2024
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São Carlos Experience

ESG: Ninguém quer trabalhar, consumir ou apoiar empresas que deixam o mundo pior

Sigla tem feito cada vez mais parte do dicionário corporativo e traz atenção à sustentabilidade, impactos sociais e processos de gestão no SCX

 

 

Nossa vida contemporânea é repleta de siglas importantes. E uma das que está mais em alta há algum tempo, ESG, tem sido pauta frequente no mundo corporativo, bem como nos ambientes de políticas públicas. A boa notícia é que não vai faltar oportunidade de mergulhar neste tema durante o São Carlos Experience (SCX), de 25 a 29 de outubro. O festival, que vai reunir atividades relacionadas à inovação, tecnologia, arte e gastronomia, também terá encontros para discutir o assunto (veja os detalhes abaixo).

Se você ainda não sabe muito sobre ESG, aqui vai um resumo: essa é a abreviação em inglês para Environmental (Ambiental, em português), Social (Social) e Governance (Governança).

O “E”, portanto, atende às condutas voltadas ao meio ambiente adotadas por empresas, entidades e governos. O “S”, em síntese, tem relação com a responsabilidade social e os direitos humanos. Já o “G” contempla as estratégias e processos de administração e gestão.

Em abril de 2021, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a Stilingue publicaram um estudo inédito sobre a evolução do ESG no país.

“Sabemos que investidores, cada vez mais, preocupam-se em direcionar seus investimentos a companhias com práticas ESG, mas não só. Consumidores, e não só mais jovens, também revelam uma forte tendência em investir, consumir ou até mesmo trabalhar em empresas sustentáveis. É a busca pelo propósito, um olhar mais humano e consciente”, destacou na pesquisa Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

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ESG na prática

A engenheira civil Kamilla Kotsubo é head de Inovação e Sustentabilidade no Grupo ADN, em São Carlos, e foi responsável pela implementação das diretrizes do ESG na empresa, da área de construção civil. “O que sempre começo falando é que ninguém quer trabalhar, consumir ou apoiar nenhum tipo de empresa que deixa o mundo pior. Você pode até não saber muito bem o básico sobre, não saber o que significa, não ter conhecimento sobre a área de sustentabilidade, área social, mas a gente sabe exatamente o que não queremos para o planeta”, comenta.

Kamilla explica que houve uma mudança considerável de pensamento em relação ao conceito. “Essa pauta passou, de uns anos para cá, de abraçar árvores para algo mais relacionado a investimentos, linhas de financiamento de bancos. Passou de uma pegada mais romantizada para dinheiro na mesa. E as empresas começaram a perceber isso.”

Na empresa, a profissional conta que foram criados “pacotes mínimos de sustentabilidade e ESG”. Os canteiros de obras receberam refletores fotovoltaicos, além de iluminação e ventilação naturais. “Também assinamos um contrato para todas as contas da companhia serem provenientes de energia eólica ou solar.”

Um outro exemplo prático foi bastante transformador ao Grupo ADN, segundo Kamilla. A construtora passou por um rebranding (mudança/remodelagem de marca) no ano passado e algumas lonas enormes tiveram de ser removidas de alguns pontos da cidade. A head de Inovação e Sustentabilidade tinha uma certeza: aquilo não poderia ser lixo.

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“Levamos até uma instituição de caridade da cidade, Estrela da Manhã. Lá tem as crianças, mas as mães também recebem cursos. Fizemos uma parceria com o Senac, e eles ensinaram como transformar essa lona em ecobags. Essas mulheres, muitas delas, estão em uma situação de vulnerabilidade, dependência financeira de marido e por isso às vezes estão inseridas em um ciclo de violência, e elas começaram a fazer bolsas com as antigas lonas. São ecobags totalmente sustentáveis, e agora estão vendendo. Então une a parte social, ambiental, governança, empreendedorismo, educação Conseguimos envolver muitas coisas nesse processo”, celebra. 

ESG no SCX

Durante o São Carlos Experience, vários painéis vão estar conectados com os rumos do ESG no Brasil e no mundo.

Um deles, por exemplo, terá o gestor executivo de Relações Institucionais e Sustentabilidade da MRV, José Luiz Esteves da Fonseca. Nos últimos anos, a construtora tem adotado ações sustentáveis, como reduções de gases do efeito estufa e consumo de água; uso de energias renováveis; e melhor gestão de resíduos.
“Assumimos compromissos públicos, ao mesmo tempo em que transpomos nossos muros para chegar mais longe e inspirarmos impactos cada vez mais positivos nas diversas dimensões ESG”, disse Fonseca numa entrevista publicada no site da MRV em junho deste ano, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Fonseca comandará uma palestra no dia 25, às 17h, em Onovolab (rua Aquidaban, 1 – Centro). As inscrições para acompanhar as atividades do SCX podem ser feitas pelo site oficial do evento (https://saocarlosexperience.com)

Outro painel, intitulado ESG: 3 letras e um futuro diferente, deve atrair a atenção do público, no dia 26, às 14h30, também em Onovolab. Esse terá a presença de quatro profissionais: Eduardo Galeskas, gerente ESG na Mitre; Luiz Henrique Ferreira, CEO e fundador da Inovatech Engenharia; Paula Jansen, diretora executiva do Grupo ADN; e Jessica Roese, consultora ESG na CTE.

“Estamos muito otimistas com relação ao evento. Vivemos a era do compartilhamento, e a construção civil é um setor que ainda é bastante atrasado tecnologicamente falando, e não adianta só a gente competir, é preciso cooperar. Eu brinco que a gente continua construindo como os egípcios construíram as pirâmides há milhares de anos , empilhando blocos, e a gente não vai conseguir chegar mais longe sem soluções coletivas, sem sentar junto dos concorrentes e ver o que está acontecendo. Então o evento vai ser uma possibilidade de estabelecer conexões”, enaltece a head de Inovação e Sustentabilidade do Grupo ADN.

Sustentabilidade

Haverá, também, painéis mais focados em sustentabilidade, um dos pilares do ESG.

Mudanças climáticas: sentindo na pele a necessidade da mudança, no dia 26, às 16h, em Onovolab, contará com as presenças de Angel Ibañez, diretor de suprimentos e ESG na Tegra; André Lara, coordenador de mitigação na Way Carbon; Ciro Cozzolino, diretor de operações na BRN; e Vladmir Iszlaji, diretor de desenvolvimento urbano na Abrainc.

Outra opção para interessados no tema é o debate sobre Cidades sustentáveis: a possibilidade de construirmos caminhos diferentes, reunindo Ana Paula Dominguez, gerente de Meio Ambiente na Benx; Alex Abiko, professor titular na USP; e Tainara Nievola, coordenadora de plataforma de produto na TecVerde. 

 

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São Carlos Experience 

De 25 a 29 de outubro, acontece o São Carlos Experience, previamente nomeado como “um evento feito de vários eventos”. Sua programação completa divulgada neste link (https://saocarlosexperience.com/), também vai reunir arte, cultura e gastronomia como pilares complementares. As atividades do São Carlos Experience serão pautadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Rafaela Viveiros
Formada em Jornalismo pela Universidade Paulista (Unip). Jornalista do Grupo EP, repórter do Tudo EP, está no portal desde 2021 e possui experiências com produção de matérias para os portais, edição de vídeos, imagens e criação de conteúdo para as redes sociais.
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