12 de dezembro de 2024
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Tudo Inovação

Startup de jovem brasileira é premiada na Espanha por viés social

Empreendedora de Ribeirão Preto e radicada em Valência criou um ecossistema de suporte para jovens estudantes

Há dois anos a administradora Larissa de Moura deu início a uma startup com conceito social. O trabalho é dedicado a apoiar jovens estudantes na busca pelos melhores programas educacionais ao redor do mundo.

Inspirado na Agenda 2030, o INMI é uma plataforma digital que conecta a comunidade estrangeira com uma rede de profissionais e recursos em um ecossistema de suporte completo.

A assessoria ajuda, por exemplo, na escolha da cidade, dos cursos, no planejamento financeiro, e com toda a parte burocrática para obtenção do visto, matrículas nas universidades credenciadas, abertura de conta bancária, além de todo apoio humano necessário para quem faz a experiência do intercâmbio. E atende, principalmente, pessoas da América Latina, em especial, do Brasil.

A startup nasceu a partir de um projeto de mestrado apresentado por Larissa na Universidade de Valência, na Espanha. Por sua característica social, ele foi selecionado para o Hackaton de Valência, maior evento de inovação realizado pela Prefeitura.

O projeto foi premiado como ideia inovadora pelo conceito all-in-one, que dá apoio global ao estudante. Hoje o INMI tem apoio da aceleradora pública de startups, e inclusive a sede da startup fica dentro desta aceleradora.

DE RIBEIRÃO

Natural de Ribeirão Preto, Larissa está há cinco anos em Valência. Ela conta que a startup foi criada a partir de uma realidade que ela mesma vivenciou.

“A plataforma nasceu a partir de problemas reais que passamos como estudante e que milhões de pessoas também passam quando vem para a Europa e têm que enfrentar barreiras culturais, burocracia para documentação, além dos golpes e uma série de dificuldades, tudo para ter uma boa formação, um bom estudo”.
 
  
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Economia Social

Segundo Larissa, essa rede de apoio da plataforma tem como fim último gerar um impacto positivo real na vida das pessoas e no mundo.

Ela define a startup como uma empresa de triplo impacto. “Temos uma empresa funcional, claro, ela caminha, gera lucro, tem suas despesas. Mas o seu fim último é o impacto social. O triplo impacto é que, além de gerar o impacto econômico, ela também gera impacto ambiental e social”.

E a escolha por Valência se deu justamente pela questão social. “Valência é o berço da economia social e solidária. Isso é muito forte aqui. E esse conceito comporta ações cooperativas, decisões mais democráticas tomadas em conjunto com toda a equipe da empresa”, explica Larissa.

Hoje a startup é composta por sete pessoas, que participam ativamente do desenvolvimento da plataforma.

“Nós temos na empresa pessoas mais jovens que eu e o meu sócio. E isso é muito importante para o processo democrático. Porque essa nova geração já chega com muitas ideias. Então aqui temos essa prioridade, de escutar a nova geração. Se a gente só falar, isso não gera inovação. É preciso que haja uma troca. E eu faço questão de inspirar, de humanizar a empresa, pois a minha cara está lá”. 
 

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Startup premiada

Desde sua criação, a startup tem sido premiada por seu conceito de inovação social. Premiada como melhor startup no Hackaton de Valência, foi reconhecida também como startup de mais credibilidade pela Universidade de Valência. Também foi destaque do Programa Erasmus, de jovens empreendedores.

“A minha ideia sempre foi criar uma rede de profissionais e inseri-los em uma plataforma que fizesse sentido na vida das pessoas, que oferecesse confiança, praticidade e segurança tanto para o estudante que busca o serviço quanto para os profissionais e instituições cadastradas. Não somos uma agência de intercâmbio. Somos uma startup social de impacto. E isso é inovação”.

Transição de Carreira

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Larissa hoje é uma inovadora social brasileira radicada na Espanha, que vivenciou os desafios de ser uma jovem empreendedora que desenvolveu sua startup em um país desconhecido para ela até então. Mas para tanto, ela passou pela transição de carreira. Com mais de 10 anos trabalhando em business, ela começou a trabalhar desde cedo em multinacionais do setor alimentício, no Brasil.

Formada em administração de empresas, Larissa deixou o emprego e foi à Espanha para cursar o mestrado em economia social na Universidade de Valência. A intenção era permanecer um ano no país, mas já está há cinco anos. “Eu gosto de inspirar, mas não gosto de romantizar o empreendedorismo, porque ele é muito desafiador. Estudar fora é um propósito de vida”, afirma.

Ela conta que o intercâmbio já era um projeto profissional planejado. “No meu último emprego, entrei como estagiária e saí como analista. Foi acelerado o meu crescimento nessas empresas. Foi realmente muito promissor. Mas faltava um sentido maior, e que agora eu encontrei com a startup”.

Apoio

O administrador Renato Carvalho é um dos brasileiros que buscaram esse apoio seguro para seu intercâmbio.

Ele foi para a Itália há cerca de dois anos para obter a cidadania, mas depois de conhecer a assessoria da startup resolveu fazer um intercâmbio curto em Malta para estudar inglês e acabou ficando. Aos 32 anos, hoje ele trabalha na Universidade de Malta. 
 

Com intercâmbios anteriores, ele conta que a rede de apoio facilitou a experiência atual. “Eu já havia estudado nos Estado Unidos, na Bélgica e no Chile. Normalmente por meio de universidades. Mas desta vez decidi fazer o intercâmbio com eles e foi bastante importante ter esse apoio de conterrâneo, de saber os perrengues que eu ia enfrentar, conforme a experiência deles”.

Para Renato, foi justamente essa rede humanizada de apoio que o encorajou a permanecer por mais tempo no país. “O intercâmbio não é só glamour. São muitos perrengues. Se você não tem acompanhamento, pode acabar enfrentando experiências negativas. Mas o apoio deles, de brasileiro para brasileiro, foi bastante importante para que eu tivesse uma experiência muito boa. O conhecimento deles foi a maior contribuição nesta minha experiência de estudar e trabalhar fora do Brasil.”

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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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