O último El Niño aconteceu, no Brasil e no mundo, entre 2018 e 2019. Esse é um fenômeno conhecido por aumentar as temperaturas médias do globo, além de causar secas intensas e provocar tempestades. No Brasil, o inverno chega nesta quarta-feira (21) e especialistas alertam que, por causa do El Niño, a estação poderá ser diferente.
Para o meteorologista Bruno Bainy do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, esse é um fenômeno que dura de nove a 12 meses, podendo chegar a dois anos, e ocorre em intervalos de dois a sete anos.
O meteorologista alerta para as seguintes previsões no sudeste do Brasil:
-No inverno, as temperaturas poderão ficar acima da média;
-Embora seja um período caracterizado pelo frio, o próximo trimestre (junho, julho e agosto) poderá registrar picos atípicos de calor;
-As condições, possivelmente ocasionadas pelo El Niño, deverão persistir até o final do ano;
-No trimestre do inverno, ainda não há previsão de estiagens no sudeste do Brasil.
Para o especialista, em um contexto geral de El Niño no país, são esperadas as seguintes condições:
-Chuvas mais volumosas no sul do país;
-Secas e temperaturas mais elevadas na faixa norte, especialmente na região equatorial;
-A longo prazo, no próximo trimestre (junho, julho e agosto), a média das temperaturas observadas devem ficar entre 1 a 2ºC acima do normal;
-No centro-sul do país, por causa da influência da potente massa de ar polar, as temperaturas poderão ficar abaixo da média até o final de junho;
-Em agosto e setembro, de acordo com o Climatempo, há riscos de temporais em regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais;
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COMO ACONTECE O EL NIÑO?
O fenômeno ocorre, segundo a Agência Brasil, quando as águas do Oceano Pacífico na faixa da Linha do Equador aquecem mais do que o normal, o que altera o sistema de ventos em toda a América do Sul, impedindo que as frentes frias que vêm do Sul avancem além do Sudeste do Brasil.
O NOAA (Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos) confirmou que o El Niño já se formou e tende a se fortalecer ao longo dos próximos meses.
Segundo Bruno Bainy, o último El Niño de forte intensidade aconteceu entre 2014 e 2016.
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