A professora que ficou internada por 22 dias após cair perto de uma cachoeira em Delfinópolis, no Sul de Minas, morreu no domingo (8). Gabriela Azevedo Motta, de 26 anos, será enterrada nesta segunda-feira (9) em São Carlos, interior de São Paulo.
Gabriela sofreu o acidente em 17 de dezembro do ano passado. De acordo com o boletim de ocorrência, a professora fazia uma trilha com amigos próxima à Cachoeira do Sofazinho quando se desequilibrou e caiu de uma altura de cerca de seis metros.
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Ainda conforme as informações do boletim de ocorrência, a vítima foi resgatada com vida, porém em estado gravíssimo e com suspeita de traumatismo craniano. Após o acidente, ela foi encaminhada ao Hospital de Delfinópolis e depois transferida para a Santa Casa de Passos, a cerca de 78 km de Delfinópolis, onde permaneceu internada em estado grave até esse domingo (8).
Gabriela era doutoranda em engenharia de produção na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e professora em uma universidade privada em Franca (SP).
DELFINÓPOLIS TEM CACHOEIRAS EM ÁREAS DE RISCO
Um levantamento do Serviço Geológico do Brasil, divulgado em dezembro de 2022, revelou que oito pontos turísticos do Parque Nacional da Serra da Canastra localizados em Delfinópolis, no Sul de Minas, têm algum risco geológico. O órgão federal é vinculado ao Ministério de Minas e Energia.
Apesar do risco para os visitantes, os pesquisadores não apontaram a necessidade de interditar os locais estudados. No total, na Serra da Canastra, 21 pontos foram analisados e, destes, 18 foram identificados como áreas de risco.
A orientação é que, em caso de chuvas intensas, os responsáveis fechem os locais para visitação. Além disso, a instalação de sinalização de alerta sobre riscos de acidentes também foi pontuada.
Segundo Herbert Henrique Vilhena, sargento do Corpo de Bombeiros de São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, os perigos apontados nessas áreas incluem quedas, rolamento de rochas e pedras, deslizamento de terra e enxurradas. Além disso, um dos principais atrativos do parque, as cachoeiras, requerem atenção redobrada.
“As cachoeiras também oferecem risco de afogamento e lesão na cervical em decorrência de mergulhos e saltos. A questão das cabeças dágua é bastante problemática também, por isso as pessoas devem ficar de olho na previsão do tempo e sair da água ao perceber qualquer mudança climática de chuva, aumento no volume de água ou barulho forte vindo da cabeceira do rio”, destaca.
CACHOEIRAS
Com 150 cachoeiras registradas como pontos turísticos, o município é considerado um paraíso do ecoturismo. Segundo o estudo, as cachoeiras, quedas d’água e pontos de risco que oferecem perigo aos visitantes em Delfinópolis (MG) são:
Cachoeira Coqueirinhos: queda e rolamento de bloco rochoso e enxurrada
Cachoeira das Borboletas: queda e rolamento de bloco rochoso e enxurrada
Cachoeira dos Lambaris: enxurrada
Cachoeira Paraíso I: enxurrada
Cachoeira Paraíso II: enxurrada
Cachoeira Triângulo: risco de queda e rolamento de bloco rochoso e enxurrada
Cachoeira Vai quem Pode: risco de queda de bloco rochoso e enxurrada
Cachoeira do Sofazinho: enxurrada e queda de blocos rochosos
Condomínio de Pedras: queda de blocos rochosos
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