29 de abril de 2024
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O que Daniel Cravinhos disse em carta a Andreas von Richthofen? Leia

Carta de Daniel Cravinhos, um dos responsáveis por crime hediondo envolvendo pais de Suzane von Richthofen, pede perdão a Andreas

Daniel Cravinhos divulga carta aberta a Andreas von Richthofen
Daniel Cravinhos divulga carta aberta a Andreas von Richthofen (Foto: Reprodução)

Daniel Cravinhos, envolvido na morte dos pais de Suzane von Richthofen há 22 anos, pediu perdão a Andreas von Richthofen. Ele é filho do casal Manfred e Marísia e irmão de Suzane. Na época do crime, Andreas tinha apenas 15 anos. A carta foi divulgada pelo jornal O Globo.

Nela, Cravinhos admitiu o desejo de se reaproximar do ex-cunhado, com quem tinha uma relação de amizade antes do crime. “Somos vizinhos em São Roque. Meu sítio fica a três quilômetros do seu. Sinto vontade de tocar a sua campainha, mas temo sua reação”, escreveu.

Medo de Daniel

O principal receio do condenado, de acordo com a correspondência, é que Andreas o denuncie. Segundo ele, isso já ocorreu com Suzane quando tentou contatar o irmão e, se caso ocorrer, ele poderá voltar à prisão.

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Nesse sentido, Cravinhos segue em regime aberto desde 2017 e só se livrará da condenação em 2041. “Gostaria de conversar contigo e expressar meus sentimentos, mas compreenderei se preferires não olhar na minha cara”, afirma.

Leia a carta na íntegra

Querido Andreas,

Após sete anos de reflexão, finalmente encontro coragem para escrever a você. Sinto-me apreensivo com a sua possível reação ao ler essa carta. Recentemente, tomei conhecimento de notícias suas por meio de amigos em comum e pela imprensa, o que me levou a tomar a decisão de pôr para fora o que estou sentindo.

Minha mente está em turbilhão, pois meu desejo mais profundo é ter o seu perdão. As palavras mal conseguem expressar a intensidade de minha angústia e remorso. Minhas mãos tremem enquanto escrevo, e cada linha é uma batalha contra os fantasmas do passado.

Há duas décadas, desde aquele fatídico dia, carrego o peso do arrependimento e da culpa, ciente de que minhas ações trouxeram tamanha tragédia para nossas vidas. Desde sempre penso em você, a maior vítima de tudo o que aconteceu. Hoje, ao praticar motovelocidade, a imagem do seu rosto vem à minha mente. Como seria bom ter você ao meu lado, correndo em uma moto. Lembra do mobilete que construímos juntos?

Somos vizinhos em São Roque. Meu sítio fica a três quilômetros do seu. Sinto vontade de tocar a sua campainha, mas temo sua reação. Morro de medo que você se sinta ameaçado com a minha presença. Além disso, sei que a sociedade me vê unicamente como o assassino de seu pai. E você? Como você me enxerga além disso?

Saí da prisão em 2017 após perder 17 anos de minha liberdade. Mas você perdeu muito mais do que eu. Desejo compreender seu luto e fazer parte dele. Lembro do dia da reprodução simulada feita na sua casa duas semanas após o crime, quando você abraçou o Cristian e me olhou emocionado. Quando íamos nos abraçar, os policiais não deixaram. Entendi o seu gesto de carinho como um perdão. Contudo, você era apenas um adolescente. Hoje, você é um homem adulto. Gostaria de conversar contigo e expressar meus sentimentos.

Desde que saí da prisão, reconstruí minha vida, assim como Suzane, sua irmã. Aos trancos e barrancos, o Cristian também está tentando recomeçar. No entanto, a culpa continua a me perturbar. Parte de minha família me rejeita, e sinto que um dedo acusador aponta para mim constantemente, me lembrando do que fiz. Essa culpa não desaparecerá com a sentença que me condenou a 39 anos. Seguirá comigo até o fim dos meus dias.

Espero, do fundo de minha alma, que você encontre no coração a compaixão para me perdoar. Sei que minhas palavras podem parecer insuficientes diante da magnitude do que aconteceu, mas é com toda a sinceridade e humildade que peço por tua misericórdia. Estou disposto a enfrentar as consequências de meus atos e a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para tentar reparar o enorme dano que lhe causei. Se você permitir, gostaria de ter a oportunidade de falar pessoalmente, olhos nos olhos, e abrir meu coração.

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Anthony Souza

editor
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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