15 de dezembro de 2024
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Panfletos distribuídos de forma irregular são proibidos pela Justiça Eleitoral de Itajubá

Material foi entregue nas portas de igrejas da cidade e dava diretrizes de como a população católica deveria votar

A Justiça Eleitoral proibiu os panfletos irregulares que foram distribuídos nas portas das igrejas católicas em Itajubá. O órgão determinou ainda que o material fosse entregue ao Cartório Eleitoral da cidade. A decisão, assinada na última terça-feira (25) pelo juiz eleitoral Luiz Fernando Rennó Mattos, foi divulgada nesta quinta-feira (27).

De acordo com o documento, a distribuição foi irregular, pois não apresentava indicação do partido, CNPJ, tiragem, além de conter conteúdo falso, pois orientava em nome da Igreja Católica a escolha de um candidato.

“Segundo se infere dos autos, o panfleto, distribuído nas igrejas católicas de Itajubá (Matriz Soledade, São Benedito, São José, entre outras), se apresenta induvidosamente irregular, isto porque não confeccionado por partido político, segundo as diretrizes legais (com indicação do partido, CNPJ, tiragem, etc), além de trazer informação falsa, consubstanciada numa suposta orientação da Igreja Católica para escolha de candidato no próximo domingo”, diz o texto.

A determinação diz ainda que a atitude arbitrária poderia influenciar o eleitorado. “Assim, em sendo manifestamente irregular, tanto em sua forma quanto no conteúdo, aquele material gráfico há de ser proibido de ser entregue à população, mormente considerando sua capacidade de exercer influência perante o eleitorado”, reitera.

Segundo informações, os envolvidos levaram os panfletos irregulares no Cartório Eleitoral na manhã desta quinta-feira (27).  

 

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PADRE FALA NA MISSA DE AMEAÇAS E DO MATERIAL IRREGULAR

O Padre Valmir Teixeira, da paróquia Matriz Nossa Senhora da Soledade em Itajubá, revelou ter sofrido ameaças de um grupo que tem entregado panfletos com instruções de voto em igrejas da cidade. A declaração do pároco foi feita durante uma missa, no domingo (23). O caso repercutiu em todo o Brasil. 

Antes do encerramento da celebração, o pároco denunciou o grupo que seria formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. De acordo com ele, os panfletos eram distribuídos como “instruções da igreja”, o que, segundo o padre, não é verídico. 

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Padre Valmir disse que ele e uma fiel foram ameaçados ao conversar com o grupo para pedir que os panfletos não fossem distribuídos em nome da igreja. 

“Conversei com o grupo, houve ofensa e, inclusive, ameaças a uma moça que achava errado eles fazerem aquilo. Foi ameaçada, o rapaz que estava ali disse a seguinte frase: Sei o caminho que você vai para casa e onde você mora. Ameaça direta. Eu também recebi um ou dois telefonemas também com ameaças à minha integridade física. Mas eu não tenho medo. Continuarei defendendo a verdade do evangelho”, revelou.

VEREADORES FALAM SOBRE O CASO NA CÂMARA

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Itajubá desta segunda-feira (24), vereadores usaram o grande expediente para falar do assunto. Dois deles afirmaram que um outro parlamentar estaria envolvido na distribuição.

O vereador Pedro Gama (PV), além de prestar apoio ao padre, afirmou que os ataques feitos ao sacerdote são intolerância política e religiosa. Ele comentou ainda sobre a participação do colega Rodrigues (União Brasil) na distribuição dos panfletos. “Quero por fim e de maneira respeitosa lamentar a participação do meu colega vereador Rafael Rodrigues na organização desta panfletagem. O colega vereador sabe da responsabilidade que nós temos em um momento de tanta tensão política em nosso país e no nosso município”, afirmou.

Já a vereadora Andressa Daiany, do Mandato Coletivo Nossa Voz (PT), afirmou que fiéis procuraram a Câmara para relatar os fatos. “Esta ação constitui crime eleitoral de assédio religioso e assédio eleitoral religioso, sabia disso Rafael? Fiéis nos procuraram reclamando e denunciando este assédio”, relatou.

Em sua defesa, também no grande expediente, o vereador Rafael Rodrigues afirmou que os panfletos foram distribuídos em outras paróquias da cidade e esse movimento é de fiéis, leigos e independentes, de paróquias e pastorais, que se reuniram para fazer o folheto. 

 

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