Pecuaristas familiares de cinco municípios do Sul de Minas estão fazendo parte de um projeto para melhoria genética do rebanho bovino utilizando tecnologia de ponta. Até o final deste ano, deverão ser feitas cerca de 550 transferências de embriões provenientes da fertilização in vitro em rebanhos dos municípios de Santa Rita de Caldas, Ipuiúna, Caldas, Ibitiúra de Minas e Senador José Bento.
O objetivo é levar aos pecuaristas familiares as mesmas técnicas geralmente disponíveis apenas em médias e grandes propriedades., melhorando a produtividade dos animais voltados para a produção de leite.
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Com início em 2020, o trabalho de fertilização in vitro e transferência de embriões bovinos é financiado principalmente pelo programa Sebraetec FIV e conta também com recursos dos próprios produtores atendidos.
Também envolvida na iniciativa, a Empresa da Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) é responsável pela mobilização dos pecuaristas beneficiados, incluindo o cadastramento e organização da documentação para a assinatura de contratos. Já a Associação de Produtores de Leite de Santa Rita de Caldas e Região (Aprol) também participa do projeto.
“A região possui muitos produtores de leite. A necessidade era fornecer animais com genética superior, aumentando a produtividade de leite no rebanho destes produtores, que muitas vezes não possuem animais de genética superior em suas propriedades”, explica o técnico da Emater-MG no município de Santa Rita de Caldas, Rodrigo Beck Júnior.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
A técnica da fertilização in vitro consiste na fecundação dos oócitos (óvulos) colhidos de vacas doadoras pré-selecionadas. Esta fecundação é feita em laboratório, utilizando sêmen de touros provados, com padrão genético superior. Ao concluir o cultivo in vitro, os embriões são transferidos para as vacas receptoras, responsáveis pela gestação.
O custo de cada embrião é de cerca de R$ 605. O Sebrae paga 70% do valor e o restante é por conta do produtor. O trabalho de coleta dos oócitos e de transferência dos embriões é feito por um veterinário e a fecundação in vitro é realizada em um laboratório da região, credenciado pelo Ministério da Agricultura.
No caso do programa nos cinco municípios do Sul de Minas, as vacas doadoras dos oócitos são das raças Gir, Girolando ou Holandesa, dependendo da escolha do produtor. Todas com boa lactação aferida. Já as receptoras, são animais do rebanho dos pequenos produtores beneficiados. A taxa de prenhez está entre 33 a 40%, considerada dentro da média para a técnica.
“Os primeiros animais nasceram entre maio e julho de 2021. Algumas novilhas já estão prenhas e outras serão inseminadas até o fim deste ano. Ou seja, em 2023 teremos as primeiras novilhas em lactação deste programa”, afirma Júnior.
De acordo com o técnico da Emater, a expectativa é que estas novilhas aumentem a produção e produtividade de leite do produtor, trazendo mais renda e agregando valor ao seu rebanho. “Além disso, com animais mais eficientes e produtivos, o produtor necessita de menos animais na propriedade e de menores áreas de produção de forragens, reduzindo o impacto ambiental”, explica.
PRÊMIO MELHORINOVAÇÃO
O trabalho de mobilização e cadastramento dos produtores feito pela Emater-MG dentro do projeto Sebraetec FIV, em Santa Rita de Caldas e municípios vizinhos, foi um dos vencedores regionais do Prêmio MelhorInovação 2021, promovido pela empresa.
O concurso tem o objetivo de destacar as melhores iniciativas que valorizem profissionais e clientes da Emater-MG.
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