12 de dezembro de 2024
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Outubro Rosa: alerta vale também para câncer de mama em cães

Especialista explica os principais fatores de risco, tratamento e a importâncias do diagnóstico precoce

O câncer de mama em cadelas é uma doença que preocupa muitos tutores devido à alta incidência, maior até que o número de câncer de mama em mulheres e se trata de um dos principais tipos de tumor em cães. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a doença atinge cerca de 45% das cadelas. Na maioria dos casos os nódulos descobertos podem ser malignos. Especialistas ressaltam que o diagnóstico precoce é essencial para que isso aconteça. O que está na contramão da realidade, já que, aproximadamente, 20% dos diagnósticos em cadelas são realizados de maneira muito tarde o que reduz as chances do tratamento ser efetivo.

“O câncer em cadelas, quando se manifesta de forma benigna, não prejudica sua qualidade de vida do animal. O tratamento é bem aceito e o animal se recuperar bem”, afirmou o médico-veterinário e diretor da Faculdade Qualittas, Francis Flosi. “Por isso, a campanha Outubro Rosa é essencial para a conscientização e alerta dos tutores com seus animaizinhos”, diz Flosi. 

Mas qual a causa do câncer de mama em cadelas?
 
Segundo Flosi, o câncer é uma doença multifatorial, caracterizado como um crescimento desordenado de células no organismo. No caso dos tumores mamários, essa multiplicação celular se dá nas glândulas mamárias do animal. “A cadela possui dez glândulas mamárias, dispostas em duas filas, desde a região torácica até à região inguinal. Já as gatas possuem quatro pares de glândulas mamárias. Tendo como causa fatores genéticos, hormonais, nutricionais e ambientais”, diz Flosi. 
 
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Também chamado de neoplasias mamárias, a ocorrência em cadelas e em mulheres são semelhantes tanto na forma epidemiológica, clínica, biológica e genética, com isso há a possibilidade de usar como modelo comparativo experimental. 

Para o médico-veterinário, apesar de ser comum nas fêmeas caninas, por conta da produção de hormônios, o câncer de mama também atinge cachorros (e gatos) machos, por isso a prevenção deve ser feita em ambos os sexos. Além disso, não existe predisposição racial, portando qualquer pet pode ser alvo da doença.  

Flosi também destaca que, em diversas vezes, a gravidez psicológica predispõe a essa disfunção hormonal sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. “Alguns fatores podem estar relacionados ao surgimento do câncer de mama em cadelas como a ingestão de medicamentos hormonais. Principalmente anticoncepcionais ou suplementação. Animais que não são castrados são mais propensas a desenvolver a neoplasia. Uma vez que, durante o cio, há uma descarga hormonal grande no organismo, que gera um desequilíbrio”, alerta.  

“Talvez você nem imagina, mas sabia que o peso das cadelas na juventude pode ser um fator determinante? Sobrepeso, obesidade e 3ª idade contribuem para que surjam os tumores na região das glândulas mamárias nas cadelas. Entretanto, diferente de outras doenças neoplásicas, não há relação comprovada entre raças e o surgimento do câncer de mama em cadelas. Também não há relação com ou não acasalamento”, terminou.

Fique atento aos sinais!  

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O diagnóstico precoce do câncer em cadelas é fundamental para um tratamento eficaz da doença. Por essa razão, ao examinar o paciente é preciso observar alguns sinais típicos como:  

– Presença de caroços na mamas;
– Inchaço ou dilatação nas mamas;
– Dor ou incômodo frequente;
– Presença de secreções nas mamas com odor desagradável. 

Há casos que a doença não tem sinais clínicos tão evidentes. Por essa razão, o diagnóstico dessa doença deve ser feito a partir de exames clínicos na região. E também, exames de citologia aspirativa e diagnóstico de imagem, aponta Flosi.  

Diagnóstico precoce
 
O médico-veterinário destaca que a avaliação clínica das cadelas com câncer de mama é essencial para determinar a fase de evolução da doença, fornecendo melhor entendimento sobre o comportamento biológico da neoplasia e proporcionando informações de significado para o diagnóstico, prognóstico e a terapia. A análise clínica deve começar a partir da palpação da região. Com esse procedimento é possível identificar nódulos assim como análise do histórico do animal.  

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“É importante frisar que os tumores maiores do que cinco centímetros, que apresentam rápido crescimento, aderentes, com grandes áreas de ulceração e com metástase para linfonodos terão um prognóstico ruim”, alerta Flosi.  

Porém, em todos os casos é importante a realização do exame laboratorial – anátomo-histopatológico de todos os nódulos. Segundo o especialista, dentre os tumores mamários malignos, os mais frequentes são os carcinomas. Para diagnóstico mais efetivo exames complementares de imagem são necessários como a tomografia computadorizada, radiografias de tórax e ultrassonografia de abdômen. 

Os exames por imagem fornecem informações importantes para que o tratamento possa ser definido. Com a ultrassonografia abdominal é possível saber se há metástases do câncer, ou seja, a propagação da doença para outras partes corpo.

Tratamentos  

Apesar da gravidade, o câncer de mama em cadelas tem cura. Tendo o diagnóstico final, devem ser tomadas as medidas de tratamento da doença. A primeira ação deve ser a remoção completa do tumor por meio da cirurgia.  

“Quando o tumor é benigno, a cirurgia é o bastante para que o animal fique bem e não apresente complicações futuras. Mas, em casos graves, como neoplasias malignas, recomenda-se a quimioterapia após a remoção cirúrgica”, diz o profissional.  

Caso ocorra a metástase, quando o tumor se espalha por outras áreas do corpo, as chances de que o tratamento cure o problema por completo são mínimas. Nesse caso, o ideal é indicar medicamentos para alívio da dor e dos sintomas decorrentes do tumor, permitindo que tenha uma melhor qualidade de vida, além e dar muito carinho para amenizar o sofrimento”, aponta Flosi.  

“Por ser uma doença grave, que pode levar o animal à morte, é importante orientar os tutores quando a importância da castração precoce das cadelas. A prevenção ainda é e sempre foi o melhor remédio!”, finaliza o especialista.   
 
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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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