Tayyip Erdogan foi reeleito para mais cinco anos de Presidência na Turquia. Há 20 anos no Poder, neste domingo (28), ele venceu a disputa de votos contra o opositor Kemal Kilicdaroglu, que afirmou querer continuar a liderar a luta. Para ele, a eleição foi a “mais injusta em anos”. Segundo o Alto Conselho Eleitoral, Erdogan venceu com 52,16% dos votos válidos e a oposição obteve 47,84%. Até o momento, 99,85% dos votos foram apurados.
Kilicdaroglu declarou que os resultados do segundo turno das eleições, realizado neste domingo, mostraram a vontade do povo de mudar um governo autoritário. Kemal Kilicdaroglu afirmou ainda que está triste com os “problemas” que aguardam a Turquia.
Do outro lado, o presidente Tayyip Erdogan reivindicou a vitória na Eleição Presidencial, mesmo sem ter sido divulgado o resultado final oficialmente. Dirigindo-se aos apoiadores, Erdogan disse que os eleitores lhe deram a responsabilidade de governar por mais cinco anos. “O único vencedor é a Turquia”, comemorou Erdogan, em Istambul.
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ELEIÇÕES DE 2023
Durante a campanha, Erdogan, líder do Partido AK, de raízes islamistas, apelou aos eleitores com uma retórica nacionalista e conservadora.
Em 14 de maio, no primeiro turno do pleito, que incluiu eleições parlamentares, o partido AK foi o mais votado em dez das 11 províncias atingidas pelos terremotos, que aconteceram na Turquia em fevereiro deste ano, ajudando-o a garantir uma maioria parlamentar junto a seus aliados.
Após a divulgação do resultado, apoiadores de Erdogan, reunidos do lado de fora de sua residência em Istambul, entoaram gritos de “Allahu Akbar”, ou “Deus é o Maior”.
QUEM É ERDOGAN?
Erdogan chegou ao poder em 2003, após a formação do partido islamista AKP, do qual é líder. No cargo de primeiro-ministro, ele ficou por 11 anos e foi eleito, por voto direto, em 2014.
Dois anos depois, sofreu uma tentativa de golpe e reagiu com violência, cerca de 240 pessoas perderam a vida em confrontos. Desde então, medidas rígidas de emergência têm sido usadas para manutenção do poder, diz uma apuração da BBC.
Até 2018, ele possuía 14 eleições no currículo, contando:
-Seis vezes na cadeira do Legislativo;
-Três pleitos locais;
-Duas presidenciais,
-Três plebiscitos.
A TURQUIA É UMA DITADURA?
Em 2018, Erdogan venceu as eleições e ficou à frente do primeiro mandato presidencial do país, que, até então, não era uma república presidencial. Desde então, ele ficou responsável pela nomeação e demissão direta de cargos importantes do primeiro escalão do poder – como ministros e juízes.
No mesmo ano, ele alterou a Constituição do país, que passou a estabelecer cinco anos de poder para o presidente eleito. A alteração foi o suficiente para fazê-lo ficar à frente do país por mais de uma década.
Entre os eleitores, evidencia-se maior quantidade de muçulmanos e conservadores. Eles têm um caráter nacionalista e afirmam que Erdogan consegue elevar o país a um status de “respeito internacional”, segundo informações da BBC.
FELICITAÇÕES DE LIDERANÇAS
Pelas redes sociais, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimentou o líder turco Tayyip Erdogan pela reeleição.
Cumprimento @RTErdogan pela reeleição como presidente da Turquia. Desejo um bom mandato, de muito trabalho para o melhor do povo turco. E conte com a parceria do Brasil na cooperação global pela paz e no combate à pobreza e desenvolvimento do mundo
Lula (@LulaOficial) May 28, 2023
O presidente russo, Vladimir Putin, também parabenizou Tayyip Erdogan, neste domingo.
Putin disse que o resultado das urnas evidencia o apreço do povo turco pelo trabalho e pela política externa independente de Erdogan. “A vitória eleitoral foi um resultado natural de seu trabalho altruísta como chefe da República da Turquia, uma clara evidência do apoio do povo turco aos seus esforços para fortalecer a soberania do Estado e conduzir uma política externa independente”, disse Putin.
“Apreciamos muito sua contribuição pessoal para o fortalecimento das relações russo-turcas e a cooperação mutuamente benéfica em várias áreas”, completou Putin
*Com informações de Agência Brasil, Reuters e BBC Brasil
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