O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de financiar “atos antidemocráticos” que acontecem por todo o país desde a finalização do segundo turno das Eleições de 2022, no dia 30 de novembro.
A decisão foi assinada no sábado (12), em um processo que está sob sigilo, e foi divulgada apenas nesta quinta-feira (17). Quem teve conta bloqueada, segundo o processo, teria envolvimentos em bloqueios de estradas e na realização de manifestações em frente a unidades militares, pedindo intervenção das Forças Armadas, o que torna os protestos ilegais. Moraes determinou ainda que a PF (Polícia Federal) colha o depoimento de todos os afetados pelos bloqueios.
LEIA MAIS
PF faz buscas no Rio e em SP para apurar esquema de corrupção que ‘usava’ FGV
Comércio eletrônico perde fôlego com juro alto e pandemia arrefecida
Na decisão, Moraes diz que “verifica-se o abuso reiterado do direito de reunião, direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para Presidente e vice-presidente da República, cujo resultado foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 30/10/2022, com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção”.
O ministro afirma que “o deslocamento inautêntico e coordenado de caminhões para Brasília/DF, para ilícita reunião no Quartel General do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional – inclusive com pedidos de intervenção federal”, pode ser enquadrado no crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previsto no artigo 359-L do Código Penal.
Informações passadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) ao Supremo dão conta de que tais atos antidemocráticos estariam sendo financiados por empresários, com fornecimento de refeições, banheiros, barracas e caminhões, entre outras estruturas de apoio.
A decisão tomada nesta quinta-feira tem o objetivo de “garantir direitos fundamentais e evitar a influência econômica na propagação de ideias e ações antidemocráticas”, escreveu o ministro. (Com informações da Agência Brasil)
LEIA TAMBÉM