12 de dezembro de 2024
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Tudo Saúde

Uso de telas na primeira infância: quais os riscos e limites?

No final de julho, a UNESCO divulgou um relatório que alerta para o uso excessivo de smartphones nas escolas

A primeira infância corresponde ao período que vai do nascimento até completar 6 anos de idade. É uma janela de oportunidade para o pleno desenvolvimento da inteligência infantil, e um tempo precioso em que os desafios e os riscos podem impactar a atividade cerebral, as habilidades de comunicação, de linguagem, e a evolução socioafetiva da primeira infância.

O investimento em cuidados responsivos, no afeto, nos valores, na alimentação saudável, na educação e na saúde da criança é muito importante para o amadurecimento e formação humana do adulto que ela irá se tornar. A neuroplasticidade é especialmente relevante nos primeiros anos de vida, quando o cérebro é ainda mais plástico, com maior capacidade para desenvolver novas competências, o que justifica a importância de experiências socioemocionais significativas e o uso de telas com moderação para o crescimento saudável das crianças.

A UNESCO divulgou, no dia 26 de julho, um relatório que alerta para o uso excessivo de smartphones nas escolas. A agência da ONU aponta as consequências negativas que o tempo excessivo no mundo virtual pode causar na saúde das crianças. Distrações, atraso da linguagem, redução da interação humana, invasão de privacidade, disseminação do ódio e instabilidade emocional são alguns exemplos de como o tempo excessivo de telas, como TV, tablets, e celulares podem afetar o desenvolvimento infantil. 

 

 

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Sem dúvidas, houve benefícios com o uso de tecnologia nas escolas, durante o período pandêmico, por exemplo, bem como há um ganho importante com o acesso a um vasto conteúdo da biblioteca digital, porém, o uso de celulares, principalmente, para crianças pequenas, deve ser cauteloso e sempre com supervisão de adultos.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), em 2019, publicou os limites do tempo de uso da tecnologia para a primeira infância. Então, vamos relembrar: até completar 2 anos de idade, o tempo de uso de telas deve ser zero. Entre 2 e 5 anos, o tempo de uso máximo diário deve ser de 1 hora. E, entre 6 e 10 anos, o máximo é de 1 a 2 horas por dia. Mas, na vida real das famílias não acontece bem assim, muitos pais relatam que precisam entreter as crianças para cuidarem do trabalho profissional ou dos serviços da casa, e sendo assim, recomendo que façam uso de programas de alta qualidade e que sejam cuidadosos para não abusar desse tempo de telas.

A negociação é essencial para equilibrar o uso de telas com os pequenos. É importante estabelecer regras claras do limite de uso diário e os horários que elas podem ou não acessar a tecnologia, e claro, sempre, com monitoramento dos cuidadores. E, igualmente importante, é necessário que também os adultos responsáveis pelas crianças desenvolvam autocontrole, bom senso e sejam os melhores exemplos de uso consciente do seu próprio tempo de tecnologia.

As atividades livres são ótimas alternativas para evitar a exposição excessiva às telas na primeira infância. Incentivem a prática de brincadeiras menos guiadas, e usem melhor o tempo de vocês para brincarem juntos: jogos simbólicos (faz de conta), brincar com objetos naturais e construídos, brincar na natureza, jogar com amigos, cantar, dançar, fazer artes, ler e criar histórias.

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Estimulem a liberdade das crianças para criar e recriar os brinquedos, as brincadeiras e o mundo ao seu redor para que não sejam meros repetidores e tenham plenas condições de desenvolvimento saudável do seu potencial. A infância é uma fase de ouro que passa rápido demais, portanto, sejam felizes com seus filhos aproveitando com alegria, diversão, moderação na tecnologia, muita criatividade e sabedoria para viver bem o tempo presente da sua família.
 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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