20 de maio de 2024
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100 anos de música sertaneja: veja a linha do tempo

Gênero chega a 100 anos, acumulando várias influências musicais; veja o que mudou na música sertaneja com o tempo

Capa do disco "A Turma Caipira de Cornélio Pires" (Foto: Reprodução)

*Por Vitória Graciotti

Em 2024, a música sertaneja, gênero musical mais popular do Brasil, completa 100 anos, mas você sabe como tudo começou?

A música sertaneja é um conjunto de várias influências musicais acumuladas ao longo do caminho e, por isso, é muito difícil definir exatamente a quantos anos o gênero existe.

Para contabilizar esse tempo, é utilizado o ano da formação do primeiro grupo de música sertaneja. ‘A Turma Caipira de Cornélio Pires’ nasceu em 1924 e era formada por vários violeiros, incluindo, o também poeta, Cornélio Pires, considerado o responsável por inventar o gênero sertanejo. No início, Cornélio uniu vários elementos diferentes como peças teatrais, viola e a catira, dando início ao que hoje nós conhecemos como música sertaneja.

Alguns anos depois, em 1929, a ‘Turma Caipira de Cornélio Pires’ gravou o que é considerada até hoje a primeira moda de viola lançada no Brasil. No decorrer dos anos, ‘Jorginho do Sertão’ foi regravada por grandes nomes da moda de viola.

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Com isso, foram se criando outras duplas e outros grupos de música sertaneja, até que na década de 1930, a dupla Alvarenga e Ranchinho ficou conhecida por suas letras, que traziam bom humor e críticas políticas em suas composições. Alguns políticos e pessoas influentes da época chegaram a criticar a dupla por suas sátiras.

A música ‘Liga dos Bichos’ comparava os animais com os políticos da época e, com isso, os cantores chegaram a ser presos, precisando se justificar para o presidente da República da época e explicar que não passava de uma brincadeira.

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Linha do tempo do sertanejo

  • 1940 – Primeiros grandes nomes
    Caracterizada por viola caipira, traz maior autenticidade e tradicionalismo em suas letras. Destaque para Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, Carrerinho e Cascatinha e Inhana.
    Vale ressaltar que Inhana foi a primeira grande quebra de preconceitos, visto que era uma mulher negra em um cenário majoritariamente masculino e tradicional para a época.
  • 1950 – Sertanejo Raiz
    O que hoje é considerado sertanejo raiz, na época era uma grande novidade. Abrindo espaço para outros grandes nomes surgirem e trazendo principalmente a influência da música folclórica para o sertanejo. Destaque para: As Galvão, Inezita Barroso, Zé do Rancho e Tião Carreiro.
  • 1970 – Os Circos
    Impossível falar de música sertaneja sem citar quem, até hoje, é considerado por muitos a maior voz que já existiu no gênero. Milionário e José Rico inovaram com um timbre vocal completamente diferente e um estilo de roupa nada comum também.
    Os artistas dessa época dependiam totalmente da bilheteria dos circos para receber um cachê no final da noite. As apresentações eram instáveis, podendo ser canceladas por mau tempo, pouco público, etc.
  • 1980 – A época de ouro
    Grande parte do que conhecemos hoje como música sertaneja nasceu na década de 1980
    . As letras passaram a falar de amor e relacionamentos e os artistas passaram a se tornar populares. Nessa época, vimos o sertanejo alcançar grandes programas de televisão e devido a essa exposição de imagem, nasceram os fanáticos por determinados cantores.A dupla Chitãozinho e Xororó deu início a toda história que conhecemos, mudando completamente o mercado da música sertaneja e da venda de discos.
    Em seguida, Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano, com milhares de fãs espalhados por todo o Brasil, levaram a música sertaneja ao patamar artístico.
    Não podemos deixar de citar Chrystian e Ralf, que trouxeram o tradicional Rock and Roll para a música sertaneja, além da dupla João Paulo e Daniel que, apesar do pouco tempo de sucesso devido ao falecimento de João Paulo, conquistou muitos fãs e quebrou as barreiras do racismo.

Novo século, nova música sertaneja

  • 2000 – O sertanejo universitário
    As músicas, que anteriormente falavam da simplicidade do campo e depois passou a falar sobre amor e relacionamentos, foi tomada por balada e bebida. O sertanejo universitário retratava a vida dos jovens da cidade, trazendo temáticas mais inovadoras.
    Acompanhado por João Bosco e Vinicius, César Menotti e Fabiano e Fernando e Sorocaba, a dupla Jorge e Mateus tomou conta das rádios, bares e baladas da capital paulista, onde o sertanejo demorava a chegar.
  • 2010 – Meteoro
    Outro grande nome do sertanejo universitário surgia. Luan Santana apareceu como uma simples promessa e ultrapassou todas as barreiras e expectativas imagináveis. O artista somava uma legião de fãs como nunca visto antes, incluindo crianças e pré-adolescentes.
    Apresentando um espetáculo no palco, com grande influência da música pop, o cantor causou uma grande mudança para um público que não estava acostumado com um artista tão jovem na música sertaneja. Num cenário repleto de duplas, Luan ser um cantor solo também foi inovador.
    Também precisamos destacar alguns nomes como Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano e Henrique e Juliano, que auxiliaram nessa modernização da música sertaneja.
  • 2015 – Feminejo e urbanização do gênero
    Apesar de não ser um nome oficial, podemos considerar que esse foi o ano de grandes descobertas do sertanejo feminino. Começaram a aparecer nomes como: Marilia Mendonça, Maiara e Maraisa, Paula Mattos e solidificou a carreira de muitas que estavam conquistando seu espaço, como Paula Fernandes, Thaeme e Maria Cecilia.

Quem é Vitória Graciotti?

Vitória Graciotti é jornalista especializada em música sertaneja. Em agosto de 2023 passou a produzir conteúdos sobre o gênero em suas redes sociais, trazendo histórias, notícias, coberturas de eventos e curiosidades sobre o estilo musical mais ouvido do Brasil. Manteve o blog “Princesas do Sertanejo” entre 2013 e 2016.

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