As ações AMER3 (Lojas Americanas) apresentam forte queda na B3 (Ibovespa) nesta quinta-feira (12). Logo na abertura do leilão, o tombo apontava para pelo menos de 50%, segundo a Reuters. A queda é provocada pela saída do presidente da empresa, Sérgio Rial, e do diretor de relações com investidores, André Covre. Eles deixaram os cargos nesta quarta-feira (11) após a companhia detectar inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. Os estavam nos cargos há menos de 10 dias.
João Guerra foi nomeado pelo conselho de administração da Americanas para acumular as duas funções interinamente. Ele atua nas áreas de tecnologia e recursos humanos da companhia e não tem envolvimento anterior na gestão contábil ou financeira. Rial atuará ainda como assessor, apoiando os acionistas de referência da companhia no processo de apuração do ocorrido.
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PROBLEMA SE ARRASTA POR CERCA DE 7 A 9 ANOS
O agora ex-CEO da Americanas, Sergio Rial, disse nesta quinta-feira (12) que o problema que resultou em R$ 20 bilhões em inconsistências no balanço da empresa se arrasta por cerca de 7 a 9 anos. Rial participa de uma reunião fechada com clientes do BTG Pactual. Ele afirmou também que a companhia vai precisar de capital e que, para isso, os acionistas de referência já foram contactados e eles têm mostrado comprometimento com a varejista.
Rial afirmou que a inconsistência no balanço se relaciona a “risco sacado que não era lançado como dívida”. “Os R$ 20 bilhões são a melhor estimativa do que vimos em 9 dias, não chancelados por auditoria”, acrescentou o executivo.
Segundo ele, essas incongruências na maneira de reportar a “conta fornecedores” não são um problema apenas da Americanas, mas se arrastam desde os anos 90 no setor, por conta de diferentes formas de reportar essa rubrica.
INCONSISTÊNCIAS CONTÁBEIS
A Americanas comunicou que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. Em uma análise preliminar, a área contábil da companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30 de setembro de 2022.
“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz o fato relevante divulgado.
Entre as inconsistências, a área contábil da companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Americanas é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.
O conselho de administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis.
“Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a companhia, tendo o Sr. Sergio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos”, diz ainda o documento. (Com informações da Agência Estado)
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