Você já ouviu falar sobre esse tipo de investimento chamado CDB escalonado? Para você entender, vamos antes explicar o que é um CDB, abreviação de Certificado de Depósito Bancário.
O QUE É UM CDB?
Em termos práticos, o CDB é um título privado, que os bancos emitem para captar dinheiro e usar esse dinheiro do jeito que eles desejarem. O mais comum é o banco emprestar esse dinheiro captado para outras pessoas (físicas ou jurídicas), com uma taxa de juros (bem) mais alta.
Os CDBs estão dentro da categoria dos investimentos de Renda Fixa. Eles podem ser pré-fixados, onde se sabe exatamente quanto vai render no período contratado. Ou podem ser pós-fixados, onde vão estar atrelados a algum índice de mercado, como o CDI.
O CDI é muito próximo da taxa de juros do país, a SELIC. Então, quando a gente vê um CDB pagando, por exemplo, 95% do CDI, isso significa que você vai receber uma rentabilidade bruta um pouco menor que a taxa SELIC (95%, no caso).
Você ainda terá que pagar um imposto de renda sobre os lucros que tiver. O rendimento que sobrar será a sua rentabilidade líquida. Esse imposto segue a tabela regressiva de Imposto de Renda. Quanto mais tempo seu dinheiro fica aplicado, menos imposto você paga.
Riscos de investir em CDBs
Os CDBs dos bancos grandes normalmente pagam uma rentabilidade menor que os CDBs dos bancos pequenos. Isso acontece porque o risco dos bancos pequenos quebrarem é maior. Mais risco, mais retorno. É a lei do mercado.
Mas como muita gente quer mesmo é uma boa rentabilidade, é justamente nos bancos menores que essas pessoas vão buscar os CDBs mais rentáveis. Isso é viver perigosamente. Mas cada um sabe o risco que aceita correr, não é mesmo?
De qualquer forma, para se proteger de uma possível quebra de um banco, o melhor é não investir mais do que o FGC, o Fundo Garantidor de Crédito, cobre, que são R$ 250 Mil.
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O problema de liquidez e o CDB escalonado
Só que tem outra coisa nos CDBs: a maioria daqueles que têm alta rentabilidade, exige que o seu dinheiro fique aplicado por um prazo maior. Talvez 2 anos, ou mais. E aí complica para muita gente, porque nunca sabemos se vamos precisar do dinheiro antes do vencimento.
É justamente aqui que surge o CDB escalonado, para resolver esse problema de liquidez, e você poder resgatar o seu dinheiro a qualquer momento.
No CDB escalonado, a rentabilidade muda em função do tempo que o dinheiro fica no banco. Por exemplo, se o seu dinheiro fica menos de 6 meses, rende 100% do CDI. Se ficar entre 6 meses e 1 ano, rende 105% do CDI. Se ficar entre 1 e 2 anos, rende 109% do CDI. E por aí vai.
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Claro que o ideal é você colocar o dinheiro num CDB escalonado pensando no longo prazo. Mas caso aconteça um imprevisto, você poderá resgatar antes do vencimento. Só que nesse caso, você vai perder as maiores rentabilidades.
Lembrando que resgatando antes, você também vai pagar mais imposto de renda, como comentamos há pouco. Se você resgatar seu dinheiro entre 0 e 180 dias, paga 22,5% de IR sobre o rendimento. Se resgatar entre 181 e 360 dias, paga 20%. Se for entre 361 e 720 dias, paga 17,5%. E se for acima de 720 dias, paga 15% de IR.
Esses CDBs escalonados podem ser bem interessantes, em especial nos casos de CDBs que pagam mais que 100% do CDI. Serve tanto para investimento de longo prazo, como para fazer a sua reserva de emergências.
Considerações finais
Mas lembre-se: há sempre o risco do banco falir. E mesmo que você precise do FGC, saiba que o processo é burocrático e você vai demorar um pouco para você ver a cara do seu dinheiro de novo.
Então, avalie se o CDB escalonado é uma boa para você. Talvez um meio termo seja deixar uma parte do dinheiro num título como o Tesouro Selic e o restante num CDB escalonado, para buscar uma rentabilidade maior sem abrir mão da liquidez.
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