A situação da Argentina está perigosíssima: inflação descontrolada e o governo cometendo erros parecidos com os do Brasil na época da nossa hiperinflação.
Será que o Brasil corre o risco de ir para o mesmo caminho da Argentina? Pior: será que vamos virar uma Venezuela?
Analisei a situação da Argentina para trazer as respostas pra você. Leia a matéria até o final e entenda!
Endividamento, impressão de dinheiro e tabelamento de preços
Nossa inflação está alta, mas ainda está longe de ficar como a da Argentina. Entre 10% da nossa inflação e 71% da deles, já dá uma baita diferença, né?
Inclusive, recomendo que você assista ao documentário que publiquei lá no meu canal explicando em detalhes o relacionamento de longa data que o Brasil tem com a inflação.
ASSISTIR AO VÍDEO INFLAÇÃO: O MAIOR PERIGO DE TODOS
O PIB dos dois países também são bem diferentes. O da Argentina foi de US$491 bilhões em 2021 e o do Brasil foi de US$1,6 trilhão.
As agências de classificação de risco geralmente atribuem à Argentina notas que giram em torno de C, enquanto as do Brasil são mais altas: giram em torno de B.
Faz sentido que o Brasil tenha uma classificação melhor. Nossa economia é maior, nosso mercado é mais diversificado e nós temos mais empresas importantes. Entre outras coisas, é por isso que o Brasil está numa situação muito melhor que a Argentina.
Mas será que a nossa situação pode piorar até a gente se igualar ao nosso vizinho, com inflação e taxa Selic nas alturas e o real não valendo nada?
Bom, antes de você pensar que isso é impossível, não se esqueça de que “ser uma Argentina” era o padrão aqui no Brasil antes do Plano Real. Hiperinflação era um jargão muito conhecido (e temido) pelos brasileiros.
Como foi que o problema da Argentina começou? Com o endividamento e o primeiro erro que poderíamos cometer é acumular uma dívida enorme. Por falar nisso, devemos fechar o ano com uma dívida de mais de 90% do nosso PIB.
Quanto ao dinheiro em circulação, o nosso também vem aumentando muito nos últimos anos.
E nós gastamos mais do que arrecadamos. Em 2019, quando tudo estava “bem”, sem pandemia nem guerra, estávamos no sexto ano seguido de déficit fiscal.
E a estimativa do governo é que o Brasil feche o ano de 2023 com um déficit de quase R$66 bilhões.
Mas há uma coisa que não estamos fazendo errado, pelo menos por enquanto. Nosso governo não está controlando os preços de forma artificial como foi feito na época do Sarney e está sendo feito na Argentina agora.
Quando o governo se intromete no mercado, tabelando o preço de milhares de produtos e impedindo a remarcação de preços, a situação fica muito pior. Na Argentina, por exemplo, está faltando produtos nos supermercados.
Tudo isso começa com o endividamento, quando o governo gasta demais e não arrecada o suficiente. E a solução não é simplesmente aumentar os impostos é trabalhar de forma mais eficiente.
Se o Brasil evitar cometer os erros que já cometeu no passado, de se endividar cada vez mais e imprimir dinheiro a rodo, podemos escapar de um futuro trágico.
Assista ao vídeo que publiquei no canal para saber mais sobre a situação em que a Argentina está.