O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) abriu nesta segunda-feira (22), a nova fase do Peac (Programa Emergencial de Acesso a Crédito), linha de garantia de crédito para empresas de menor porte, principal medida da instituição contra a crise da pandemia, em 2020.
Anunciada em junho, a segunda fase terá duração até dezembro de 2023, com potencial de garantir até R$ 22 bilhões em empréstimos, concedidos por bancos comerciais. A novidade é que o programa aceitará também MEIs (microempreendedores individuais), além de pequenas empresas. Serão admitidos empréstimos a partir de R$ 1 mil.
Ontem, o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, negou ao Estadão qualquer intenção eleitoral na reabertura do Peac. Segundo o executivo, a nova fase do programa de garantia de crédito já vinha em gestação havia tempos, incluindo aí discussões com os bancos comerciais que operam o programa.
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“Viemos conversando há muito tempo, não é conjuntural. Quando definimos que a nossa estratégia no BNDES é ampliar a acessibilidade de crédito para as PMEs (pequenas e médias empresas), há três anos, viemos conversando com o sistema (bancário) todo”, disse.
De acordo com o executivo, a experiência com a primeira fase do Peac serviu para desenvolver o sistema de integração com os bancos comerciais que concedem os empréstimos garantidos e para calibrar modelos de análise de risco. Só que os cenários econômicos de 2020 e de agora são diferentes.
MUDANÇA DE FOCO
Na nova fase, o foco está na “força empreendedora” dos pequenos negócios, incluindo os MEIs, que precisam de financiamentos como “combustível” para crescer. “Na rodada emergencial, o tema era uma crise de risco. Havia liquidez, mas ela ficou represada. A engenharia foi dar um seguro para os agentes (financeiros, ou seja, os bancos comerciais) se sentirem mais confortáveis para distribuir crédito”, disse o diretor do BNDES.
Agora, a ação é mais focada nos negócios realmente pequenos. “É mais segmentado. O MEI, com os juros mais altos, a crise geopolítica (como a guerra na Ucrânia), questões objetivas do Brasil (como a campanha eleitoral), tem mais dificuldade de pegar crédito no mercado”, afirmou Laskowsky.
Na primeira fase, o Peac garantiu, até 31 de dezembro de 2020, 135.720 empréstimos, tomados por 114.355 empresas, no valor total de R$ 92,1 bilhões. Os financiamentos foram concedidos por cerca de 40 bancos, com destaque para Itaú (com R$ 15,657 bilhões), Bradesco (15,484 bilhões) e Caixa (R$ 15,094 bilhões).
Embora emergencial, a medida atacou um problema estrutural do Brasil: as dificuldades enfrentadas pelos pequenos negócios para tomar empréstimos. A falta de garantias para oferecer aos bancos – imóveis, fábricas ou fianças corporativas, entre outras – sempre foi apontada como um dos fatores por trás desse gargalo.
Como resultado, as empresas pequenas têm empréstimos negados ou, quando recebem sinal verde, os juros são elevados. Na pandemia, o problema poderia tornar inócuas outras medidas de facilitação de financiamentos, causando o que economistas chamam de empoçamento.
GIRO CAIXA
A Caixa anunciou nesta terça-feira, 23, que oferecerá aos microempreendedores individuais, pequenas e médias empresas a linha de crédito GiroCaixa, com garantia do FGI, fundo gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A taxa de juros do GiroCaixa é a partir de 1,18% ao mês, com prazo de até 60 meses, com 12 meses de carência.
Segundo o banco público, as taxas e prazos variam de acordo com o porte da empresa e o relacionamento do cliente com a instituição financeira.
As empresas poderão pedir empréstimos com valor mínimo de R$ 5 mil e máximo de até R$ 10 milhões. O FGI garantirá até 80% do valor do crédito.
Os recursos podem ser usados para investimentos, despesas operacionais, pagamento de salários de empregados e compra de matéria-prima e mercadorias. (Com informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
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