Um grupo de alunos da escola estadual Bento de Abreu (EEBA) realizou uma manifestação contra o racismo no Parque Infantil nesta quarta-feira (31).
A atitude foi tomada após uma funcionária da escola sofrer racismo através de mensagens enviadas ao seu celular na última terça-feira (30). Ela alega que duas alunas teriam enviado as mensagens e um boletim de ocorrência foi registrado.
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PROTESTO
Nos cartazes, frases de protesto como “Racismo é crime”, “Não aceitaremos injustiça”, “Unidos contra o racismo” eram empunhadas pelos alunos.
O estudante Rodrigo Alves, de 17 anos, do 3º ano do ensino médio, faz parte do grêmio estudantil e comentou sobre a ação. Ele foi um dos organizadores do protesto antirracista e frisou que o racismo não pode ser tolerado.
“Uma funcionária da escola sofreu racismo por alunas e estamos fazendo esse movimento tanto para conciliar o funcionário quanto para movimentar e esclarecer as pessoas sobre a erradicação do racismo estrutural e nas escolas também. Estamos no século XXI e isso não pode ser tolerado”, frisou.
A estudante Eduarda Godoi reforçou o repúdio ao preconceito, racismo e a homofobia.
“Eu repudio qualquer tipo de preconceito, tanto racismo quanto homofobia, assim que soube disso me sensibilizei demais com o fato, acredito que essa pequena mobilização faz com que isso se interrompa, e ela se sinta acolhida. Já estamos dando o apoio a ela”, apontou.
CONTRA O PRECONCEITO
O aluno Pedro Henrique do Amaral Turione, de 16 anos, está no 2º ano do ensino médio e observou problemas sociais na escola.
“Vemos muitos problemas sociais entre os alunos e alguns alunos não lidam muito bem com isso. Já conversamos com direção para tomar devida providências em relação a alguns alunos. Essa manifestação é contra o racismo, preconceito e homofobia também”, reforçou.
NA PELE
O estudante Pedro Rodrigues é negro e aos 16 anos já enfrentou atos de racismo . Ele comentou sobre o sentimento ao vivenciar o preconceito na pele.
“Eu já sofri racismo, me senti muito humilhado e decidi comprar essa briga porque já senti na pele. Então decidi junto a eles a fazer esse movimento, começamos com três alunos e no fim estávamos em 20. Iremos fazer outras manifestações”, finalizou.
Em nota, a Secretaria da Educação do estado de São Paulo disse repudiar todo e qualquer tipo de racismo ou injúria racial.
De acordo com o órgão, a unidade escolar convocou os responsáveis para uma conversa de mediação.