Reportagem atualizada com posicionamento da secretaria municipal de Saúde
A observação escrita no topo do pedido médico indica que o exame em nome de Caio Cesar Santos Conceição, de apenas 5 anos, é urgente e prioritário. O paciente desenvolveu uma trombose embaixo do braço depois de um longo período internado.
Até a publicação desta reportagem, o procedimento, chamado de ultrassom com doppler, não tinha data para ser realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e a família de Araraquara precisava de ajuda para tentar realizá-lo em uma clínica particular.
Porém, após ser procurada para comentar o assunto, a secretaria municipal de Saúde garantiu que “agendou o exame para segunda-feira, dia 23, às 7h30”, e pontuou a necessidade de a mãe “buscar a guia no posto de saúde” do bairro Adalberto Roxo, onde a criança faz acompanhamento.
LONGA INTERNAÇÃO
A mãe do menino, Tais dos Santos Pereira, 30, explicou que o filho desenvolveu a doença depois de passar 43 dias internado com quadro de laringite bacteriana. Neste período, ele foi intubado sete vezes.
“Ainda se agrava o quadro dele daquela vez, tem as consequências por ter sido muito tempo intubado, extubado sete vezes, machucou a garganta, pegou infecção hospitalar”, lembrou.
Há dois meses, ainda em recuperação, Tais percebeu que o filho estava ficando cansado com facilidade. Ele também começou a reclamar de dores enquanto andava ou brincava. Em alguns dias, inclusive, ficava com as veias do corpo saltadas.
Ao procurar por um médico, ela foi informada de que se tratava de uma trombose – formação de um coágulo sanguíneo, que bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço -, embaixo do braço, onde recebeu a medicação intravenosa durante a internação.
“Ele [médico] falou que o quadro não é bom e, pelo exame que tinha feito na hora, não tinha como ver a profundidade da trombose. Ele falou: ‘mãe, não vou mentir, o caso dele é grave, porque a trombose de uma hora para outra pode piorar, pode dar embolia”, lembrou.
EXAME CRUCIAL
Sem saber a dimensão da trombose, os médicos não conseguem determinar qual o tratamento mais indicado. Por isso, a família corre contra o tempo para que a criança faça o exame quanto antes. “Isso que decide a vida dele, porque ele está correndo risco, não está sendo tratada a trombose”, disse a mãe.
Porém, mesmo com o pedido de urgência, o procedimento ainda não tem data para ser feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde), já que uma segunda consulta com médico especialista ainda será feita no próximo dia 26.
“Eles já fizeram a consulta com o médico especialista, mas marcaram outra, com outro médico, sendo que já tem o pedido do exame, com urgência”, questionou.
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AJUDA FINANCEIRA
Diante da demora e dos riscos, a mãe tenta realizar o procedimento em uma clínica particular. A consulta, com exame e retorno, custa R$ 1,3 mil, que a família não tem condições financeiras de arcar no momento. Por isso, Tais está pedindo ajuda por meio de doações que podem ser feitas em seu nome pela chave-PIX (16)9.9617-3142.
A mãe explicou que pretende fazer o exame particular antes da consulta da próxima semana. “O exame já vai estar mostrando se é grave, o que precisará ser feito, se tem que entrar com as injeções, com medicação. Eu tenho que ganhar tempo, porque se foi esperar a boa vontade dele… Deus guarda meu filho de passar mal e morrer porque não fez o tratamento correto”, desabafou.
Para não se expor a outras doenças, como gripe, Caio vai permanecer afastado da escola até fevereiro de 2025 como forma de precaução.
43 DIAS INTERNADO
O garoto ficou 43 dias internado, com o diagnóstico de laringite bacteriana. No período em que passou pela Gota de Leite e Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, foi intubado e extubado sete vezes.
Depois de superar esta fase, a família precisou de ajuda para custear as sessões de fisioterapia e fonoaudiologia do filho que, agora, se recupera em casa.
“A vozinha está bem fraquinha, mas ele está conseguindo dormir bem, está sendo tratado, está com acompanhamento médico. A laringite foi tratada, graças a Deus está ok. Ele já voltou a andar, fez a fisioterapia, fono”, comemorou a mãe.
