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CotidianoConheça o prédio mais antigo e que resiste há 137 anos em Araraquara

Conheça o prédio mais antigo e que resiste há 137 anos em Araraquara

Inaugurada em 1.885, a Estação Ferroviária foi um divisor de águas no desenvolvimento da cidade; imóvel é tombado pelo município

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Estação Ferroviária de Araraquara preserva arquitetura de sua construção em 1.885 (Foto: Guilherme Leal/ CBN) 
Estação Ferroviária de Araraquara preserva arquitetura de sua construção em 1.885 (Foto: Guilherme Leal/ CBN) 

ARARAQUARA 205 ANOS – Ao longo desta semana, o acidade on irá publicar uma série de reportagens, que destacam pontos históricos de Araraquara e celebram seu aniversário.

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Na Avenida Antônio Prado, no Centro histórico de Araraquara, está o imóvel mais antigo que se tem registro. Com 137 anos, a Estação Ferroviária foi um divisor de águas no desenvolvimento da cidade, marcando o início da Estrada de Ferro Araraquara (EFA). 

“A Estação guarda esta particularidade de ser um imóvel registrado dentro do inventário do patrimônio histórico da cidade como a edificação mais antiga com integridade, que está em pé”, explicou o coordenador de Acervo e Patrimônio Histórico de Araraquara, Weber Fonseca.

Construído na encosta do córrego da Servidão em 1.885, o prédio preserva, até hoje, a arquitetura eclética da época, ou seja, com influência de vários estilos – algo comum em muitas construções daquele período.

“Os prédios antigos de Araraquara têm esta mistura de estilos. É uma construção relativamente simples, mas que tem um conjunto de influências, como a plataforma com cobertura metálica, de referência inglesa”, comentou o arquiteto e urbanista, Chico Santoro.

 

Foto de 1.908 mostra a evolução da Estação Ferroviária inaugurada em 1.885 (Foto: Rede Social)
Foto de 1.908 mostra a evolução da Estação Ferroviária inaugurada em 1.885 (Foto: Rede Social)

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A arquitetura do prédio também pode ser definida por um estilo industrial-ferroviário. Do lado externo predominam as paredes de cor amarela e o piso de paralelepípedo. Ainda hoje é possível encontrar itens originários, como os guichês da bilheteria e o relógio do século XIX.

Para Chico Santoro, a Estação reúne valores importantes em diversos aspectos, como patrimônio histórico, arquitetônico, urbanístico e de engenharia, além da relevância cultural e da ligação afetiva com a cidade. 

“A estação é a maior representante da importância da ferrovia para a cidade porque coloca Araraquara no mapa do Estado de São Paulo e do Brasil”, avaliou o arquiteto. “E gerou dentre outra coisas a Associação Ferroviária de Esportes, a Ferroviária, que é uma expressão da cidade”, completou.

Inaugurada pela Companhia Rio Clarense de Estradas de Ferro, a Estação Ferroviária de Araraquara serviu como estação de baldeação e funcionou até 15 de março de 2001, quando chegou o último trem de passageiros. 

Desde então, perdeu sua principal função. No local, passou a funcionar em 2008 o Museu Ferroviário “Francisco Aureliano de Araújo”, com fotos e objetos da época. 

Atualmente a Estação abriga o museu ferroviário (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 
Atualmente a Estação abriga o museu ferroviário (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 

O  prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico por lei municipal em 2005. Mas um segundo tombamento, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat), ainda está em análise.

Em 1912, a Estação foi ampliada, aproximando-se da versão conhecida atualmente. O prédio também sofreu modificações internas quando foi incorporado pela Ferrovia Paulista (Fepasa) em 1971.

OUTRAS EDIFICAÇÕES

Weber Fonseca ressaltou que existe a possibilidade de que edificações construídas no quadrilátero da Igreja Matriz de São Bento sejam ainda mais antigas que a Estação Ferroviária, porém, como não há registro documental e outras foram substituídas com o desenvolvimento da cidade, não há comprovação.

Naquela época, também havia forte influência do estilo neoclássico e colonial. O imóvel onde está o Museu Arqueológico e Paleontológico de Araraquara (MAPA), no Centro, é um destes exemplos. 

“As cidades se organizavam a partir de rios, dos seus córregos e, por consequência, entroncamentos ferroviários. É o que chamamos de sítio histórico ou região histórica, como a que envolve a igreja Matriz e a Estação Ferroviária”, ressaltou Fonseca.

Vista do Centro histórico de Araraquara e a Estação Ferroviária ao fundo (Foto: Amanda Rocha/ acidade on)
Vista do Centro histórico de Araraquara e a Estação Ferroviária ao fundo (Foto: Amanda Rocha/ acidade on)

PRESERVAÇÃO E FUTURO

Para Weber Fonseca, é preciso políticas públicas para a revitalização destes imóveis e do Centro Histórico como um todo. “Quando a gente mantém, mesmo que externamente, o que chamamos de paisagem urbana, a gente consegue entender a cara, a identidade desta cidade, desta comunidade e, portanto, de nós que somos cidadãos desta cidade”, avaliou.

“Patrimônio histórico não é prédio velho, coisa antiga, museu. Então, a preservação é todos saberem que esta paisagem é democraticamente acessível para todas as pessoas, é uma das coisas mais importantes porque esta casa mais antiga que estou vendo representa a evolução e o desenvolvimento da minha cidade, do lugar onde eu moro”, concluiu.

Para Chico Santoro, história e modernidade podem conviver e se integrar com o futuro. “Entendo que esta Estação pode servir como metro de superfície, um VLT, e uma estação de trem de passageiro para ligar as cidades. Eu não vou ver, mas acredito”, disse. 

No início deste mês, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT) revelou estudos para tornar o Museu Ferroviário em um polo gastronômico por uma parceria com a iniciativa privada. “Estamos tentando fazer um chamamento público, mas tem um problema jurídico para resolver. A Prefeitura tem a posse do imóvel e podemos usar, mas não temos a propriedade, pois é do Governo Federal”, disse em uma rede social.

“Estamos pedindo autorização do Governo Federal para fazer um chamamento e começar a desenvolver ali um centro gastronômico para a nossa cidade. Já entramos com o pedido no Governo Federal para ver se ele autoriza fazermos o chamamento público”, concluiu.

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