Em pleno sábado, considerado o melhor dia da semana, um lava-rápido localizado na Vila Xavier, em Araraquara, encerrou as atividades mais cedo. Por conta do racionamento de água imposto pelo Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos), os funcionários ficaram sem a principal matéria-prima de trabalho no horário de maior movimento.
“A gente depende totalmente da água e, frequentemente, tem acabado e atrasado nosso serviço. A gente deixa de faturar nosso dinheiro, nosso ganha-pão e com tudo isso as contas chegam. Se continuar assim, a gente não sabe o que vai fazer“, disse o empresário Claudemir Marcelino.
Por conta do racionamento, o número de veículos lavados caiu pela metade. No último sábado (14), por exemplo, foram apenas oito. “É um prejuízo grande porque a maioria das pessoas trabalha e no final de semana traz o carro para gente lavar”, explicou.
A falta d’água também tem gerado transtorno para um restaurante próximo à Alameda Paulista. Segundo a gerente, Bruna Vieira Severo, o corte tem se repetido todos os dias, sempre a partir das 14h, quando o estabelecimento encerra o expediente e as louças do almoço se acumulam na pia da cozinha.
“Afeta a nossa produção, a cocção de alimento, a finalização da limpeza do dia, afeta tudo. A gente ainda tem um suporte da caixa da água, porém não podemos usar tudo, porque no outro dia não sabemos se vai ter água ou não“, justificou.
Para ela, diante da incerteza sobre o fornecimento de água, o restaurante tem tido custos com hora extra de funcionários e com a compra de galões de água. “A gente tem que ficar atento em todas as redes sociais [do Daae] para poder ter esse planejamento, porque vir aqui, receber carta, receber ligação, não acontece”, criticou.
RACIONAMENTO
Nas últimas semanas, o Daae intensificou os cortes no fornecimento de água diante do aumento no consumo e do baixo nível dos reservatórios. O racionamento afeta diretamente 60 mil pessoas, que vivem em regiões abastecidos por água superficial, como Vila Xavier, Fonte Luminosa e bairros próximos.
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O veterinário Eduardo Nucci, que é dono de um espaço de banho e tosa na região do Jardim Silvânia, tem observado cortes no fornecimento de água desde julho, mas que ficaram mais frequentes nas últimas semanas.
Para ele, a falta de comunicados prévios tem afetado diretamente o planejamento da empresa. “A gente que trabalha com banho e tosa depende da água. A gente sofre bastante, porque não sabe o que vai acontecer na parte da tarde, se vai ter água, até que hora vai ter água. Não tem um planejamento, só que nossos animais são planejados. Então, a gente tem que remanejar animal, adiantar todo o horário deles, nossos horários também”, explicou.
Procurado para comentar o assunto, o Daae ainda não se manifestou.
