Em Araraquara, existe uma defasagem de ao menos 70 recenseadores que deveriam estar atuando no Censo 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Atualmente, apenas 130 profissionais desta área estão envolvidos.
Segundo o coordenador do Censo 2022, André Cavalieri, a falta de recenseadores gerou atrasos na fase da coleta de informações e entrevistas. “Tivemos dificuldades na contratação das equipes de recenseadores, uma rotatividade alta, e não houve muito interesse nos processos seletivos. Então, a gente teve que fazer diversos treinamentos e isso acabou impactando na velocidade”, explicou.
“Tivemos um baixo índice de adesão aos processos seletivos, inscrições. A abstenção na fase de treinamento também foi muito alta: de cada cinco pessoas, duas apareciam”, completou.
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De acordo com Cavalieri, foi feita solicitação para o preenchimento destas vagas. A intenção é abrir um novo processo seletivo para que o instituto conclua a etapa de campo até o próximo mês.
“A fase de contratação e treinamento é muito rápida. Em uma semana, a gente consegue fazer a inscrição e treinamento e, em duas semanas, estarem nas ruas”, comentou.
PRORROGAÇÃO
O Censo 2022 começou em junho, com a coleta de informações referentes à infraestrutura e características urbanísticas da cidade. Em agosto, os agentes começaram a fase de campo com cadastros e entrevistas.
Diante de atrasos, na última segunda-feira (03), o IBGE anunciou a prorrogação do Censo até dezembro. Inicialmente, a previsão de término era 31 de outubro.
Em Araraquara, 56% de 120 mil imóveis, entre domiciliares e comerciais, já foram cadastrados. Já na região, que inclui dez municípios, o percentual sobe para 60% de 200 mil imóveis.
Segundo o coordenador, o trabalho é dividido em duas etapas: cadastro e entrevista. Ou seja, nem todo imóvel cadastrado foi entrevistado.
“O recenseador passa cadastrando os endereços. Quando encontra o morador, já faz a entrevista. Quando não, deixa o endereço cadastrado e retorna posteriormente”, pontuou Cavalieri.
Outro fator para o atraso na coleta do Censo está no elevado índice de recusa por parte da população. “Normalmente, nós pedimos mais um retorno. Posteriormente, o supervisor retorna ao endereço. Nós também notificamos o morador porque todo cidadão brasileiro, por lei, tem obrigação de responder ao IBGE. E esta lei também assegura o sigilo destas informações”, completou.
IDENTIFICAÇÃO
O IBGE ressaltou que todos os profissionais estão identificados com crachá, colete e boné. É possível ainda confirmar a identificação dos agentes através de um QR Code disponível no crachá do entrevistador e que redireciona para área de identificação no site oficial, ou pelo telefone 0800 721 8181.