Mas em Araraquara, um cemitério mantém a memória dos animais através de sepultamento ou cremação, incluindo até uma cerimônia. Desde 2015 funciona o único cemitério para animais na cidade e região, o Saudade Animal, localizado na Chácara Flora.
O poodle Winny deu muita alegria nos seus 18 anos bem vividos ao lado da família da administradora Rafaela Malara, 28 anos. E ela não pensou duas vezes quando viu ele debilitado devido à idade: começou a procurar um cemitério para fazer uma despedida digna.
Para ela, ter um local para o cachorrinho era muito importante, e sempre que consegue, ela passa no local para levar alguma flor ou cuidar do espaço.
“Winny viveu 18 anos conosco, faz um tempinho que está aqui e sempre que conseguimos damos uma passadinha. É importante ter um lugar pra eles, porque são membros da família, da mesma forma que as pessoas são veladas e enterradas e podemos visitar os entes queridos”, disse.
Affonso Passos Neto, 36, diretor do cemitério Saudade Animal e Parque dos Lírios, frisou que as pessoas vêm buscando cada vem mais um lugar para prestar homenagem aos animais de estimação.
“A gente começou devido a procura de muita gente pedindo para sepultar os pets na parte dos humanos, algo que nunca permitimos, mas começamos a perceber que tinha muita gente querendo e a procura só tem aumentado”, apontou Neto.
DE CACHORRO A PEIXE
Hoje cerca de 480 pets estão enterrados no local , e 300 foram cremados. E quem pensa que é só cachorro ou gato que tem por lá se engana: peixe, hamster e coelho têm o seu lugar garantido também.
“O pet é parte da família, um filho, então as pessoas tem buscado um lugar que de mais um pouco de conforto, e depois podem visitar e prestar homenagem. Cada vez tem sido mais frequente. Temos em torno de dois sepultamentos por semana. Tem gato, cachorro, hamster, peixe e coelho. Atendemos também cachorros de grande porte”, apontou.
No caso do sepultamento, uma plaquinha com nome e sobrenome do bichinho é colocada e a concessão para uso é de dois anos, podendo ser renovada.
“Nos surpreendemos porque as pessoas tem renovado o período de dois anos. Temos uma quantidade grande de jazigo e estamos ampliando o espaço porque a procura está aumentando. Vem pessoal da região toda, Matão, São Carlos e até Ribeirão Preto”, apontou.
A administradora Malara renovou a lápide de Winny, que também leva o mesmo sobrenome da tutora.
“O quanto puder renovar a gente vai, quando não puder mais, a gente faz a cremação. É importante para nós”, finalizou.