Quando saiu para trabalhar, na manhã da última sexta-feira (8), a leiturista Cátia Bárbara Leite, de 42 anos, esperava que fosse mais um dia normal, como todos os outros que se repetem há 14 anos. Mas a jornada da servidora do DAAE (Departamento Autônomo de Água e Esgotos) precisou ser interrompida inesperadamente.
Cátia fazia a leitura dos hidrômetros de água, no Jardim Acapulco, em Araraquara, quando foi atacada por quatro cães. Ela foi mordida na coxa direita, atrás da perna, na canela e sofreu outros arranhões pelo corpo em decorrência da queda.
A funcionária foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para um hospital particular da cidade, onde foi medicada e liberada poucas horas depois.
“Eu vejo como um livramento porque poderia ter sido pior. Se o cachorro pegasse um idoso ou uma criança da forma que me pegou, ele teria matado”, disse a mulher ao acidade on, enquanto aguardava para ser atendida em um consultório médico.
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O ataque foi registrado por câmeras de segurança, que mostram o momento em que Cátia é cercada pelos animais e tenta se defender com o auxílio de uma mochila. Na sequência, eles atacam as pernas da vítima, que cai no chão aos gritos.
“Encostei na parede para eles não me morderem por trás e coloquei a mochila para evitar que eles me mordessem na frente, mas, na hora que um cachorro me pegou de lado, não deu mais tempo”, lembrou.
Cátia contou que tinha visto dois cachorros em frente à residência e que tentou desviar dos animais, mas foi atacada antes mesmo de conseguir fazer a leitura do hidrômetro do imóvel.
“Eu desviei para não passar perto. Logo depois já tinha outro cachorro que eu não tinha visto, que era o Pitbull com Boxer, acho que uma mistura, e, na hora que eu estava passando, ele já veio para cima e os outros também“, relatou.
“Você fica desesperada, tenta se defender. Mas na hora que eu caí, que eu falei: ‘esses cachorros me mataram’. Eles me derrubaram e eu pensei: ‘morri’. [Pensei que ia morrer] na hora que eles me derrubaram, sim, enquanto eu estava em pé, não”, completou.
A servidora disse que já tinha feito a leitura naquela rua outras vezes, sem que nada semelhante acontecesse. Ela lembrou ainda que já foi mordida anteriormente, mas nada comparado ao ataque.
Para ela, falta consciência por parte dos tutores dos animais. “O perigo é muito grande. Não só com o carteiro, leiturista de água, da CPFL, mas até mesmo com o público em geral. Poderia ter sido uma criança ali. Na hora, eu pensei que meu filho morre de medo de cachorro. Se fosse meu filho ali, o cachorro teria matado. Então, eu acho que as pessoas que têm cachorro deveriam ter essa consciência do perigo”, afirmou.
Por conta das mordidas, Cátia precisou tomar vacina antirrábica e está mantendo com frequência a limpeza dos ferimentos diante dos riscos de infecções.
De acordo com a servidora, tanto a médica do Samu, quanto os profissionais do hospital, disseram que o ataque poderia ter tido outro desfecho, caso as mordidas tivessem atingido uma artéria, por exemplo.
Logo após o ataque, o DAAE se manifestou por meio de nota, dizendo que tomou ciência do ocorrido e que faria boletim de ocorrência contra os donos dos animais. A autarquia disse ainda que está “fazendo todo o acompanhamento e dará as assistências necessárias.”.
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