A Santa Casa de Araraquara está reavaliando a realização de exames por imagem por conta da falta de contraste iodado. Hemodinâmica e tomografias são os procedimentos mais afetados.
O hospital informou que tem feito avaliações dos casos para possíveis substituições de exames contrastados por outros procedimentos que não utilizam a substância.
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O médico radiologista da Santa Casa, Vitor Tositto, disse que a situação não é exclusiva da cidade e que o hospital tem seguido as orientações do ministério da Saúde e de sociedades médicas.
“A Santa Casa de Araraquara, junto com o Centro de Diagnóstico de Imagem, vem seguindo estas orientações, avaliando caso a caso, e reservando estoque para casos de urgência e emergência até que a distribuição se normalize”, explicou.
O contraste iodado é uma substância química muito utilizada em exames de imagem.
O coordenador técnico de medicina diagnóstica de uma clínica, que fica no Jardim Primavera, Vinicius Neiva, disse que a falta de estoque já compromete os atendimentos.
“Toda esta parte que é feita para prevenção vascular e os exames que são feitos para diagnóstico e tratamento oncológico não serão mais feitos com contraste, com precisão”, disse.
Para o professor da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em gestão hospitalar, José Sebastião dos Santos, a falta de contraste é mais uma consequência da pandemia de covid-19. Segundo ele, a crise pode fazer com que os hospitais revejam os seus protocolos médicos.
“Esta é uma questão que sinaliza que nós precisamos manter a cooperação mundial porque vamos ter dificuldades toda vez que tivermos algum evento adverso que afete o planeta e algumas nações que mantenham relações comerciais de apoio tecnológico”, disse.
“Nós também temos aproveitado para fazer a revisão dos nossos protocolos de trabalho. De certa forma, a Saúde utiliza muito exame complementar e no dia a dia a gente observa que muitos poderiam ser dispensados, inclusive, a quantidade de contraste. Então, tem sido uma oportunidade de fazer uma revisão dos nossos procedimentos”, complementou.
Em nota a secretaria de estado da Saúde reconheceu que há falta de contraste no mercado nacional, e que a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), órgão que reúne gestores da saúde do estado e municípios de São Paulo, solicitou providências ao ministério da Saúde.
O ministério da Saúde não se posicionou sobre o tema. (Com informações da CBN e EPTV)
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