Através da tela do celular, o taxista Edivaldo Ferreira da Silva acompanhou a partida entre Brasil e Suíça, na tarde desta segunda-feira (28), pela Copa do Mundo do Catar. Enquanto diversos setores pararam, ele fez questão de continuar no seu ponto, em frente ao Terminal Rodoviário, no Jardim Nova América, em Araraquara.
“Tenho meus clientes fieis que estão sempre chamando e eu não quero deixá-los na mão”, disse o profissional sem abrir mão de nenhum dia de trabalho.
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Ele contou que, enquanto está parado, acompanha as partidas pelo celular. Mas durante as corridas, não perde nenhum lance através das transmissões pelo rádio.
“Acompanho porque sou brasileiro, mas não sou fanático, não”, falou fazendo questão de esclarecer.
Assim como o Edivaldo, muitos profissionais precisam se manter em seus postos de trabalho, de prontidão. Diferente do que acontece com o comércio e as repartições públicas, por exemplo, que conseguem suspender temporariamente as atividades.
Em um posto de combustíveis, que fica no Centro, os frentistas conseguiram acompanhar o jogo em uma televisão. Os profissionais se revezavam entre o atendimento ao cliente e os lances da partida.
O frentista Marcos Roberto de Oliveira contou que a prioridade são os consumidores. Mas que dá para conciliar os abastecimentos e as vendas nas lojas de conveniência com o jogo da seleção brasileira.
“Eu, particularmente, não sou de assistir jogo. Mas Copa do Mundo, de quatro em quatro anos, a gente gosta de assistir”, disse.
Segundo ele, durante o horário dos jogos, o abastecimento de veículos é raro e a venda de bebidas na loja é a que mais acontece.
“A gente pode ficar aqui dando uma olhadinha, mas se chega um cliente, a gente atende. A nossa prioridade é o cliente, tanto na loja quanto no abastecimento. Terminando lá, volta aqui e dá uma espiadinha de novo”, brincou.
Mas tem algumas profissões que não permitem acompanhar os jogos pela televisão. Nestes casos, entram as ondas do rádio.
O Francisco Feliciano é porteiro de um prédio, no Santana. Como não pode assistir, ele acompanha tudo pelo rádio do celular.
“Mesmo trabalhando, a gente consegue dar um jeitinho de acompanhar o ritmo do Brasil”, disse. “Para mim é gratificante poder fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Profissionalismo em primeiro lugar, qualquer coisa, dar atenção ao trabalho, mas ouvindo o movimento do jogo”, destacou.