Durante a sessão extraordinária, desta quarta-feira (6), a Câmara de Araraquara teve um manifesto em defesa da democracia, contra a invasão do Congresso norte-americano durante a oficialização de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos.
O posicionamento não é previsto no regimento interno da Casa de Leis – que não prevê aprovação de moções em encontros extraordinários -, porém, o vereador Guilherme Bianco (PC do B) pediu aos colegas o direito de falar sobre o tema, em nome da Câmara.
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Após receber aval unânime dos parlamentares, Bianco afirmou que, apesar das divergências políticas com o presidente eleito nos Estados Unidos, era necessário um posicionamento em defesa da democracia para reafirmar que a decisão das urnas deve ser soberana.
“Queria fazer o uso da fala, em nome da Câmara, para reafirmar nosso compromisso inegociável com a democracia no Brasil e no conjunto dos países. Fica nossa palavra em defesa da democracia, das instituições e liberdades. Quem venceu as eleições nos Estados Unidos, pela maioria da população e também pela maioria dos delegados eleitos em cada Estado, foi Joe Baiden e a Kamala Harris, que é a primeira mulher negra eleita como vice-presidente dos Estados Unidos”.
A fala de Guilherme Bianco foi aplaudida pelos colegas em plenário e acabou reforçada pelo presidente da Câmara de Araraquara, Aluísio Braz, o Boi (MDB) e pela vice-presidente Thainara Faria (PT).
PRA ENTENDER
Apoiadores do presidente Donald Trump invadiram nesta quarta-feira (6) o Congresso dos Estados Unidos, em uma ação que obrigou a Câmara e o Senado a trancarem suas portas e a paralisarem a sessão que deveria confirmar a vitória presidencial de Joe Biden.
Os manifestantes romperam a segurança do local por volta das 14h30 do horário local (16h30 de Brasília), o que imediatamente levou a um toque de recolher na sede do Legislativo.
Congressistas, assessores e jornalistas que estavam no local imediatamente foram levados para salas de segurança no prédio.
Até mesmo os plenários das duas casas foram transformados em bunkers para proteger os deputados e senadores que estavam no local.
O sinal de TV foi cortado dos dois locais. Bombas de gás lacrimogêneo foram usadas contra os manifestantes e testemunhas relataram cheiro de fumaça no local. Não há informações sobre feridos.
O confronto entre os apoiadores de Trump e a polícia do Capitólio (responsável pela segurança do Congresso americano) começou cerca de uma hora antes, logo que os parlamentares começaram a debater a ratificação da vitória de Biden.
Os manifestantes tinham participado de um ato de apoio a Trump em Washington pouco antes e, logo que este foi encerrado, se dirigiram para o Congresso em uma tentativa de pressionar deputados e políticos a não confirmarem a vitória do republicano.
(Com informações da Folhapress)