O ex-presidente e pré-candidato à presidência da República Luiz Ignácio Lula da Silva citou o trabalho realizado pela Prefeitura de Araraquara para criação de aplicativos de mobilidade e entrega de alimentos durante evento com lideranças sindicais, na última quinta-feira (14).
Lula criticou a adoção do trabalho intermitente e mencionou a necessidade de priorizar a criação de empregos para retomada do desenvolvimento do País. Em sua avaliação, este modelo faz com que a pessoa trabalhe sem ter direitos.
Um dos exemplos citados pelo ex-presidente foi o trabalho por aplicativos. Segundo ele, criaram uma falsa sensação de que a pessoa é empreendedora, porém, não existem direitos, salários dignos, descanso ou até mesmo período de férias.
Lula defendeu mais dignidade para as pessoas que trabalham com aplicativos no Brasil. O ex-presidente também apontou que o “trabalhador não pode estar carregando comida nas contas, enquanto está passando fome”.
“Não somos contra um jovem entregar comida ou qualquer outra coisa com sua bicicleta, ou motocicleta. O que somos contra é ele não ser respeitado enquanto trabalhador. É tirar dele os direitos”, criticou Lula, arrancando aplausos da plateia.
Como alternativa, o ex-presidente citou a criação da Cooperativa dos Motoristas de Aplicativos de Araraquara (Comapa) e a Cooperativa de Trabalho dos Motoentregadores e Motofretistas de Araraquara (Morada Express).
“Ela [Prefeitura] criou dois aplicativos, deu espaço para que os trabalhadores se organizassem. Um é o trabalho de carregar passageiros e o outro de entregar alimentos. Porque as Prefeituras não podem criar?”, questionou.
“Lá em Araraquara, 90% da renda fica com os trabalhadores que trabalham com o aplicativo e não com a dona dele. Esse plano que o Edinho está colocando em prática é importante que vocês conheçam”, completou o ex-presidente.
Em um cenário de precarização do trabalho, Lula defendeu que o trabalhador não quer retornar ao passado, mas sim, obter direitos em meio aos novos modelos de trabalho. Por fim, o ex-presidente firmou compromisso de ouvir os trabalhadores em seu eventual governo.