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Política"O medo não vai me paralisar", diz vereadora de Araraquara após ameaça de morte

“O medo não vai me paralisar”, diz vereadora de Araraquara após ameaça de morte

Thainara Faria estava em Brasília quando recebeu ameaças por e-mail; a parlamentar precisou de escolta policial para deixar o DF

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Thainara Faria participou de evento promovido pelo grupo Vote LGBT (Foto: Redes Sociais) 
Thainara Faria participou de evento promovido pelo grupo Vote LGBT (Foto: Redes Sociais) 

A deputada estadual eleita e vereadora de Araraquara, Thainara Faria (PT), compartilhou em suas redes sociais a ameaça de morte que recebeu por e-mail, na sexta-feira (20). A parlamentar estava em Brasília e precisou de escolta policial para deixar a capital federal.

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“Eu tive que deixar Brasília escoltada porque eu recebi ontem uma ameaça de morte muito séria, com detalhes sórdidos de como esta pessoa me assassinaria por eu estar em um encontro LGBT, por eu ser uma mulher bissexual, por eu ser preta e lutar pelas questões raciais”, disse em vídeo compartilhado com seus seguidores.

Thainara Faria participou do 1° Encontro de LGBT+ Eleites, promovido pelo grupo Vote LGBT, juntamente com outras 13 parlamentares eleitas para o Congresso Nacional e Assembleias Legislativas estaduais.

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O e-mail com a ameaça foi enviado às 8h31 à parlamentar e ao evento, e pertence a alguém que se apresenta como Anderson Rocha Ludovico de Meneses, de 37 anos.

No texto, o homem diz que está “cansado de macacas gayzistas, como você, pregando o racismo contra homens brancos e de bem. Enquanto fazem fortuna enaltecendo cada vez mais a segregação racial, eu e minha esposa doente tentamos viver de auxílio”, escreveu.

Ele afirma ainda estar farto “dessa sociedade onde os bons costumes estão prestes a ruir”.

O e-mail revela detalhes de como o crime seria cometido, mas que serão preservados pelo acidade on. O autor das ameaças diz que comprou uma pistola com munições e uma passagem só de ida para Brasília. 

“Irei me tornar um mártir, assim como Wellington de Menezes, Sidney Ramis e Eliott Rodger. Logo estarei ao lado das minhas sete virgens em comunhão com o divino”, enviou mencionando que cometeria suicídio na sequência.

A parlamentar relatou que já havia recebido ameaças antes, mas nunca desta natureza. “Ontem [sexta-feira, 20], participei de tudo de maneira escoltada, com muito medo, porque o e-mail, com detalhes, dizia o massacre que mataria todas as pessoas LGBTs que estivessem no encontro comigo; e está sendo muito difícil”, completou Thainara Faria.

No vídeo gravado dentro de um carro em movimento, a parlamentar explicou que estava a caminho de um lugar seguro e que iria se ausentar por um tempo das redes sociais.

Só que o medo não vai me paralisar, eu vou proteger a minha vida, não quero ser semente de nada, tenho muito a trabalhar e a contribuir com o povo do Estado de São Paulo e do Brasil. As nossas movimentações incomodam e é muito triste saber a insegurança que a gente passa. Hoje, graças a Deus, dentro do governo Lula, recebi todo apoio do ministério da Justiça e da Segurança, estou recebendo apoio também escoltada para um lugar de segurança, mas quero dizer para vocês que a gente vai se organizar e continuar trabalhando. Muito provavelmente eu me ausente das redes sociais por questão de segurança mesmo, para resguardar a minha vida”, explicou.

Deputada estadual eleita cumpria agendas no DF (Foto: Redes Sociais) 
Deputada estadual eleita cumpria agendas no DF (Foto: Redes Sociais) 

REAÇÕES

Na manhã deste domingo (22), o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), se manifestou sobre o assunto, disse que as ameaças são “um exemplo do Brasil que não queremos” e que está junto com a parlamentar “nesta jornada”. 

“Essas atitudes homofóbicas, racistas, que se escondem no anonimato típico da doente covardia, precisam ser combatidas com muita firmeza. Espero que as autoridades investiguem e encontrem a autoria”, escreveu. 

A executiva municipal do Partido dos Trabalhadores de Araraquara também prestou solidariedade à Thainara Faria e pediu repúdio por parte da opinião pública.

“A violência descrita no e-mail é chocante e nos mostra que as autoridades policiais e jurídicas de nosso país precisam agir com extrema agilidade na apuração do fato e prisão do responsável para que Thainara possa seguir em segurança”, publicou. 

“Não é uma simples polarização ideológica, mas, sim, uma questão de combate à cultura do ódio, da destruição da democracia e das vidas que representam resistência do povo brasileiro”, completou.

Os organizadores do evento informaram que a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação (DECRIM) foi acionada para providenciar escolta policial para as participantes do evento, que também recebeu proteção de agentes da Polícia Civil e Federal.

“O fascismo usa o terror para tentar nos paralisar e enfraquecer nossa luta. Nos atacam porque nosso projeto é potente”, se manifestou o grupo Vote LGBT. “O que ocorreu é um bom exemplo de como a violência política opera, buscando o silenciamento das vozes dos grupos minorizados”, completou. 

“As estratégias da política LGBT+ continuarão florescendo em todos os espaços, independente de ameaças a qualquer representante eleita. Ataques serão respondidos com investigação e responsabilização. Unidas e fortes, continuaremos lutando por uma democracia para todes!”, finalizou a publicação do grupo. 

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