*ATUALIZAÇÃO 12/04 às 12h39 com posicionamento do Sismar
Os servidores municipais que participaram da assembleia, na manhã da última segunda-feira (11), em frente à prefeitura de Araraquara, terão o dia descontado na folha de pagamento e o recebimento do prêmio assiduidade prejudicado. A administração municipal também anunciou que ingressou com uma ação judicial contra a paralisação.
O município considerou o movimento “abusivo”, que prejudicou serviços essenciais, como atendimento de emergência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e unidades de saúde.
O sindicato se manifestou em seu site oficial e rebateu as acusações. Segundo o Sismar, o ato foi voluntário.
De acordo com o documento ajuizado na Vara da Fazenda Pública pela Procuradoria Geral do Município, o sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara (Sismar) promoveu paralisação antes de formalizar a manifestação da contraproposta apresentada pela Prefeitura.
A administração municipal afirma ainda que não foi notificada pela categoria sobre a paralisação e que, somente à tarde, o sindicato teria informado sobre a rejeição da contraproposta e sobre a deflagração de greve geral a partir da próxima segunda-feira (18).
A prefeitura afirma que a data-base para negociações sobre o reajuste salarial da categoria, ocorre no mês de maio e que mantém diálogo com o Sismar.
“O sindicato da categoria e o Município deram início oficialmente às tratativas sobre o dissídio do funcionalismo público municipal para a data-base de 2022 no final de março, quando a administração municipal convidou o sindicato para uma reunião preliminar, no dia 31, para definição do cronograma de negociação do dissídio”, diz nota da prefeitura.
Segundo o município, a proposta do sindicato acarretaria um impacto financeiro de R$ 280 milhões no orçamento público. A administração propõe reajustes e ganhos com um impacto inferior, de R$ 55 milhões.
Sobre a greve, o município voltou a repetir que se trata de instrumento utilizado pelo movimento sindical “quando não há diálogo, o que não ocorre na nossa realidade já que a Prefeitura nunca se recusou ao diálogo”.
FALA, SISMAR
O Sismar se manifestou em seu site oficial. Segundo o sindicato, o ato desta segunda-feira, com a paralisação dos servidores por 24 horas, não foi “conclamado” pelo sindicato.
“Foi uma demanda espontânea e fortíssima de toda a categoria, foi um protesto, um grito diante da indecente proposta da Prefeitura”, justifica.
O sindicato voltou a reforçar que, a partir da próxima segunda-feira (18), caso não haja avanço nas negociações, haverá greve. “Para satisfação do prefeito, a administração já foi notificada desta decisão”, afirma.
O Sismar diz ainda que a Prefeitura de Araraquara ignorou por 64 dias as reivindicações da categoria protocoladas dia 26 de janeiro e só respondeu aos ofícios poucas horas antes da assembleia realizada dia 29 de março.
“Angustiados, exaustos, endividados, desvalorizados, em condições de trabalho longe das ideais, sobrecarregados e ainda assim dando suor e sangue todos os dias no local de trabalho, os servidores foram ofendidos com a oferta de reajuste de 5%, ante inflação de 21%”, diz.