O pedido de cassação de mandato de cinco parlamentares por suposta quebra de decoro foi retirado de tramitação, após reunião na manhã desta quinta-feira (29), na Câmara de Araraquara. A representação tinha sido protocolada na última terça-feira (27).
A CBN Araraquara revelou que os parlamentares Marchese da Rádio e Carlão do Joia (Patriota), Hugo Adorno (Republicanos) e Lineu WL (Podemos) assinaram um pedido de 23 páginas pedido a cassação do mandato de Filipa Brunelli, Fabi Virgílio e Thainara Faria (PT), Luna Meyer (PDT) e Guilherme Bianco (PCdoB).
Depois da repercussão, os parlamentares recuaram e decidiram não seguir com a representação. Segundo o presidente da Câmara, Aluísio Braz, o Boi, os vereadores entraram em consenso e a representação não seguiu para o Conselho de Ética.
“Há consenso de que todos tem que melhorar e avançar, ter os debates calorosos, mas pautar e não falar pessoalmente de cada um. E dessa forma foi retirado o protocolo, tivemos um consenso de equilíbrio, fazer um política grande, pois a cidade ganha”, explica Boi.
LEIA TAMBÉM
Câmara analisa pedido de cassação de mandato de cinco vereadores
Os quatro vereadores afirmam que sofreram ataques, ao serem acusados de compactuar com a homofobia e agressão a comunidade LGBTQIA+, favorecer a prostituição de travestis, além serem fascistas e lgbtfóbicos.
As falas aconteceram durante a sessão em que foi votada a moção de repúdio ao projeto que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), e que proíbe pessoas e famílias homoafetivas em campanhas publicitárias em todo estado. A moção de autoria da vereadora Filipa Brunelli foi barrada por 11 votos, no último dia 20 de abril.
Os vereadores que assinavam o pedido de cassação de mandato foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram.
Por meio de mensagem, a vereadora Thainara Faria disse que não haverá pronunciamento da bancada petista, enquanto “a comissão de ética não nos chamar formalmente”.
A vereadora Luna Meyer seguiu a mesma linha e disse que ainda não foi citada.
O vereador Guilherme Bianco afirmou que se trata de perseguição política. “Eu nunca ofendi nenhum outro vereador, nem o farei, pois acredito no debate de ideias. Por outro lado, fica claro a tentativa de colocar uma mordaça naqueles que defendem os direitos humanos e sociais, ainda mais quando o pedido parta justamente do setor da extrema direita. Não vão calar o que as urnas decidiram. Não vão nos silenciar. Seguirei na luta em defesa da comunidade LGBTQIA+, dos direitos humanos e da Democracia”, afirma o parlamentar.
O presidente da Câmara afirma que houve um compromisso entre os parlamentares para a construção de um diálogo mais maduro.
“É um debate que vai retornar à Casa e vamos saber construir melhor, pelos dois lados e a Câmara fica mais madura neste sentido”, finaliza.