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Brasil e MundoTDAH: Ministério da Saúde aprova protocolo para diagnóstico de transtorno

TDAH: Ministério da Saúde aprova protocolo para diagnóstico de transtorno

Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que o transtorno acomete 3% da população mundial

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Fachada do Ministério da Saúde (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Fachada do Ministério da Saúde (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil) 

 
O governo brasileiro aprovou um documento com critérios de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

O protocolo do Ministério da Saúde foi publicado na edição dessa quarta-feira (3) do Diário Oficial da União. Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que o transtorno acomete 3% da população mundial.

Segundo o ministério, o transtorno é considerado uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por uma tríade de sintomas envolvendo desatenção, hiperatividade e impulsividade em um nível exacerbado e disfuncional para a idade. Os sintomas começam na infância, podendo persistir ao longo de toda a vida.

“As dificuldades, muitas vezes, só se tornam evidentes a partir do momento em que as responsabilidades e a independência se tornam maiores, como quando a criança começa a ser avaliada no contexto escolar ou quando precisa se organizar para alguma atividade ou tarefa sem a supervisão dos pais”, ressaltou a pasta. 
 
 
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DIAGNÓSTICO TARDIO 

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Embora o TDAH seja frequentemente diagnosticado durante a infância, o Ministério da Saúde alertou ainda que não é raro o diagnóstico ser feito posteriormente. Ele deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra ou outro profissional de saúde como neurologista ou neuropediatra.  
 
QUANDO NÃO TRATADO
 
Quando não identificado e tratado na infância, o paciente leva os sintomas para a fase adulta e com eles as consequências:
dificuldade de concentração nos estudos e trabalho, procrastinação, baixa autoestima, problemas de relacionamento, só para citar alguns. 

“Meus 20 anos foram os mais difíceis. Quando criança, eu era o chato da sala. Demorei quatro anos para entrar numa universidade e mais oito para me formar”, diz Yuri Maia, criador do projeto @tdahdescomplicado e de vários cursos e mentorias para ajudar famílias com filhos diagnosticados com TDAH.

Especialistas afirmam que é muito comum um adulto procurar o consultório de um profissional para tratar depressão ou ansiedade sem a consciência de que as causas podem estar no transtorno do neurodesenvolvimento não diagnosticado na infância. 
 
A psicóloga Iane Kestelman conta que, no Brasil, nem se ouvia falar em TDAH quando se formou há 35 anos. Um de seus filhos apresentou os sintomas, mas tudo o que ela ouvia dos especialistas era “ele não tem nada mãe, ele só tem muita energia”. Até que ele foi diagnosticado. A neuropsicóloga faz uma autocrítica: “eu também dei diagnóstico errado no meu consultório, eu também disse que ‘não era nada’ para muitos pais que passaram no meu consultório durante 25 anos”. (Com informações da Agência Brasil) 
 
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