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CotidianoFebre maculosa: após suspeita de vítima ter se infectado na Praça da Paz, Unicamp intensifica ações

Febre maculosa: após suspeita de vítima ter se infectado na Praça da Paz, Unicamp intensifica ações

Vítima fatal pode ter se infectado na praça; Universidade terá investigação de infestação do carrapato-estrela, mas descarta a interdição do local

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Praça da Paz, na Unicamp, é possível local de contaminação por febre maculosa (Foto: Divulgação Unicamp)

Após a Prefeitura de Campinas ter confirmado nesta quinta-feira (21) mais duas mortes por febre maculosa, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informou que reforçou medidas preventivas contra o carrapato-estrela.

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Isso porque uma das vítimas fatais, de 30 anos, pode ter sido infectada na Praça da Paz, área de 53 mil m² localizada no campus de Barão Geraldo.

Segundo o médico infectologista Plinio Trabasso, docente da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) da Unicamp, a decisão de reforçar as medidas preventivas foi tomada depois da confirmação da morte de uma pessoa de 30 anos, suspeita de ser sido infectada na praça.

Por causa da suspeita, é prevista uma investigação de infestação no campus. Apesar das medidas, a universidade descarta a interdição da Praça da Paz (veja mais abaixo). 

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LAUDO

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“De acordo com laudo emitido pelo Departamento de Vigilância Sanitária a praça é o local provável de infecção”, informou a universidade em nota.

O óbito foi registrado no dia 26 de junho. A vítima não integrava a comunidade universitária da Unicamp.

Segundo a secretaria de Saúde, o homem teve início dos sintomas em 18 de junho. 

MAS NÃO TEM COMO CONFIRMAR

Apesar do laudo, para o médico-veterinário Paulo de Tarso Gerace da Rocha e Silva, do Centro de Monitoramento Animal da Prefeitura Universitária, não há como assegurar que a transmissão tenha ocorrido na Praça da Paz.

“O local não apresenta as características clássicas de área de risco”, afirma. Segundo ele, uma eventual infecção pode ter tido como transportador, uma ave ou um pequeno animal de hábitos noturnos, como gambá ou ouriço.

O veterinário garantiu também que as capivaras (hospedeiras do carrapato-estrela) não circulam pela Praça da Paz.

“A circulação desses animais é restrita às Áreas de Preservação Permanente. O escape para ambientes com circulação de veículos e pessoas ocorre de forma esporádica, invariavelmente associado a vandalismo nos cercamentos da APP”, afirmou, citando que a manutenção é periódica e realizada por equipe especializada da Prefeitura.

INVESTIGAÇÃO DE INFESTAÇÃO

Segundo a universidade, a Unidade de Vigilância em Zoonoses de Campinas deverá realizar no dia 27 deste mês, uma nova pesquisa acarológica no campus.

A pesquisa consiste em investigar o grau de infestação de um parasita no ambiente e medir os riscos à saúde. 

“A última investigação deste tipo na universidade foi feita em 2018 e identificou ácaros sem a presença da bactéria causadora da febre maculosa”, informou a nota divulgada pela Unicamp. 

INTERDIÇÃO DA PRAÇA DESCARTADA 

Na nota divulgada pela Unicamp, o médico infectologista Plinio Trabasso descarta a interdição da Praça da Paz, citando que situações recentes e históricas demonstram que a medida é ineficaz em locais com maior potencial de transmissão, como por exemplo a Lagoa do Taquaral, em Campinas.

“A Praça da Paz é uma área extensa, frequentemente utilizada para diferentes atividades, tanto pela comunidade interna, como pela externa. Recomenda-se a ampla distribuição de alertas sobre a presença de carrapatos, bem como de materiais educativos sobre os modos de prevenção da infestação e as características clínicas da febre maculosa”, afirmou.

PROGRAMA DE COMBATE 

Por causa do registro, a Unicamp decidiu intensificar o programa permanente de combate ao carrapato-estrela transmissor da bactéria causadora da febre maculosa brasileira. 

Dentre outras medidas, os profissionais do Cecom (Centro de Saúde da Comunidade e do HC (Hospital de Clínicas) foram orientados a redobrarem a atenção aos protocolos de investigação para diagnóstico da doença. 

Também é previsto ampliação da campanha de orientação voltada a funcionários, docentes, estudantes e visitantes, com faixas e cartazes de alerta pelo campus e informações sobre como proceder ao frequentar as áreas verdes da universidade. 

A FEBRE MACULOSA

A febre maculosa é uma zoonose, ou seja, uma doença naturalmente transmitida entre animais e o homem. É causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que contamina o corpo humano por meio da mordedura de um carrapato infectado. 

É uma doença grave, que pode causar a morte em até duas semanas, se não for tratada precoce e corretamente.

Para haver contaminação, o carrapato infectado deve ficar aderido à pele por pelo menos quatro horas. Este é o tempo mínimo para que as bactérias sejam introduzidas no organismo humano.

PREVENÇÃO

Uma das maneiras mais eficazes de prevenir a transmissão da doença é utilizar vestimentas que cubram os membros inferiores e superiores, assim como fazer a busca por carrapatos nas áreas expostas (pernas e coxas, principalmente, mas também nos braços) a cada duas horas.

Não há risco de transmissão da doença de uma pessoa para outra; a transmissão ocorre somente por meio da mordedura do carrapato infectado.

SINTOMAS 

Os sintomas da febre maculosa aparecem de forma repentina de 2 a 15 dias depois de a pessoa ter sido mordida por um carrapato infectado. O mais comum é que surjam em um prazo de sete a dez dias.   

Os sinais mais frequentes são:  

– febre alta  

– dor de cabeça e no corpo  

– mal estar  

– diarreia   

– posteriormente, manchas avermelhadas na pele

Na evolução da doença, podem ocorrer hemorragias e vômitos. O tratamento deve ser iniciado em no máximo cinco dias a partir do surgimento dos primeiros sintomas.  

Passado esse período, o quadro clínico tende a agravar-se, e há risco de que os medicamentos não surtam mais efeito. 

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