A Prefeitura de Águas de Lindoia suspendeu, por 60 dias, um concurso público para mais de 30 cargos. A medida foi tomada depois que candidatos denunciaram várias irregularidades durante a aplicação do exame, no último domingo (12). De acordo com os candidatos, em algumas provas, as alternativas corretas estavam marcadas em cor mais clara.
A Érica Brasão de Faria concorria a uma vaga de professora municipal. Ela prestou concurso na escola Vicente Rizzo e alega que achou estranha a atitude da fiscal que estava na sala. “Ela ficou o tempo todo mexendo no celular, na nossa frente. O que aconteceu em outra sala é que não tinha fiscal e não tinha nem volante para levar até o banheiro, que é uma pessoa que acompanha”, relata.
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Além disso, algumas provas vieram com as alternativas corretas em uma cor diferente das outras. A irregularidade se repetiu em diversas questões. No gabarito, veio a confirmação de que as alternativas demarcadas eram as corretas.
Diante das reclamações dos candidatos, a comissão organizadora se reuniu nesta terça-feira (14) e tomou uma decisão. Por enquanto, o concurso foi suspenso por um período de 60 dias.
O porta-voz da prefeitura diz que a empresa contratada para realizar o concurso tinha cumprido todos os requisitos. Contudo, diante das divergências, a comissão pediu explicações.
“A Prefeitura espera, neste período, ou o mais breve possível, levantar essas provas e obter a resposta da empresa responsável sobre o que aconteceu. A gente pede aos candidatos que tenham tranquilidade. A Prefeitura vai fazer toda a investigação e ver o que aconteceu, analisar todos os fatos e tomar todas as medidas cabíveis visando a lisura e a transparência do processo no concurso público”, explica Luis Augusto Tucci.
A Prefeitura garante que o concurso vai ser transparente. O advogado Douglas Madeira explica que, neste caso, o primeiro passo é fazer um contato com a comissão organizadora do concurso.
“Fazer um recurso, não só para a empresa, mas também para a comissão municipal organizadora daquele concurso. Além disso, o que o candidato tem que tomar cuidado, ele tem um prazo de 120 dias caso ele queira procurar a Justiça”, afirma.
Ele explica que se apenas um dos mais 5,5 mil candidatos entrar na Justiça pedindo o cancelamento, e o pedido for acatado, o processo seletivo deverá ser feito novamente. “A partir do momento que um candidato tem o reconhecimento de que aquele processo não teve a lisura, a honestidade preservada, todos vão atingidos por essa decisão”, finaliza o advogado.
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