A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que a doença mpox voltou a ser uma emergência de saúde pública global. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pelo diretor-geral da Organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. No mesmo dia, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a pasta vai criar um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento à disseminação da doença, que vem preocupando autoridades internacionais.
Antigamente chamada de varíola dos macacos, a mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos ocorre principalmente por meio de contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados (veja abaixo os principais sintomas).
Em agosto de 2022, quando houve o pico de mpox no Brasil, o país contabilizou mais de 40 mil casos. Um ano depois, em agosto de 2023, o total caiu para pouco mais de 400 casos.
Em 2024, o maior número de casos foi registrado em janeiro – mais de 170. Por fim, em agosto deste ano, a média mensal de casos se mantém entre 40 e 50 novas infecções. O número é visto pelo Ministério da Saúde como “bastante modesto, embora não desprezível”.
Quais são os principais sintomas da mpox?
Os sintomas da mpox, em geral, incluem:
- Erupções cutâneas ou lesões de pele;
- Linfonodos inchados (ínguas);
- Febre;
- Dores no corpo;
- Dor de cabeça;
- Calafrio e fraqueza.
No início deste ano, cientistas relataram o surgimento de uma nova forma mais letal de mpox, com uma letalidade de até 10%, em uma cidade mineradora congolesa.
Ao contrário dos surtos anteriores, em que as lesões eram principalmente em peito, mãos e pés, a nova forma causa sintomas mais leves e lesões nos genitais. Isso torna mais difícil de identificar, o que significa que as pessoas também podem infectar outras sem saber que estão doentes.
Como saber se estou infectado?
No Brasil, ainda não há teste rápido para a detecção da mpox, apenas testes moleculares ou de sequenciamento genético. Portanto, diante de qualquer aparição dos sintomas citados acima, é preciso buscar ajuda médica, conforme avalia o diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira.
“Os casos confirmados são, de fato, confirmados. Mas não dá tempo de esperar o diagnóstico definitivo por método laboratorial para que a gente evite o processo de transmissão da doença. Portanto, na sintomatologia de pústulas, erupções cutâneas, feridas e todas as manifestações cutâneas que possam parecer, a gente tem que pensar imediatamente em mpox”,
explica.
A média de tempo entre a data de início dos sintomas e o óbito é de 58,6 dias. Já a média entre a data de início dos sintomas e a necessidade de internação é de 26,4 dias. Em 2024, o Ministério da Saúde contabilizou 49 hospitalizações por mpox, sem óbitos pela doença.
Tem tratamento para a doença no Brasil?
Draurio ressaltou que o ministério obteve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorização de uma licença de importação do remédio Tecovirimat. “Por ser um medicamento off label, não foi ainda autorizado para o tratamento de mpox, mas, efetivamente, reduz a mortalidade”, avaliou.
“Estamos agora procedendo junto à Opas [Organização Pan-americana da Saúde]. Já pedimos a compra, via Opas, de tratamentos para a eventualidade de um surto no Brasil. Hoje, não temos tratamento específico”, disse. “Vai ser importante ouvir, amanhã, os encaminhamentos da OMS para que a gente adeque o plano de contingência nacional a orientações internacionais”,
conclui Draurio.
Casos em Campinas
Em Campinas, todos os casos de mpox registrados desde 2022 foram devido à cepa 2, sendo oito casos neste ano. Em 2023 foi confirmado um caso. Já em 2022, foram 96 confirmações. Não houve nenhum óbito pela doença.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Estado
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