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CotidianoAmeaças contra mulheres no interior de SP crescem 38%

Ameaças contra mulheres no interior de SP crescem 38%

No estado inteiro, alta foi de quase 15% na comparação com o mesmo período de 2023, quando houve cerca de 33 mil ocorrências

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O estado de São Paulo registrou mais de 38 mil casos de ameaça a mulheres de janeiro a abril deste ano, alta de quase 15% na comparação com o mesmo período de 2023, quando houve cerca de 33 mil ocorrências. No interior, especificamente, foram mais de 22 mil casos nos quatro primeiros meses de 2024, e aproximadamente 16,5 mil em 2023, alta de 38%.

O crime de ameaça está no artigo 147 do código penal brasileiro, e se trata de ameaçar alguém, seja com palavras, por escrito, com gesto, ou qualquer outro meio que indique que o agressor vai fazer mal à vítima.

Mulheres

Para interromper o ciclo da violência que pode levar a um feminício, autoridades em segurança alertam: as vítimas precisam reconhecer que vivem um relacionamento abusivo, pedir ajuda e denunciar na delegacia. As provas podem ser mensagens, áudios, ou depoimentos de testemunhas.


De acordo com a delegada Carolina Bacchi, da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Campinas, é importante denunciar porque a violência contra mulher é um ciclo crescente que, se não for interrompido, pode matar.


“Esse aumento (no número de casos) reflete a coragem das mulheres em pedir ajuda, percebendo que elas estão em um real caso de abuso. E quanto mais rápido elas se reconhecerem vítimas de violência doméstica, desse ciclo vicioso de relacionamento abusivo, procurando ajuda, registrando ocorrência, melhor, porque isso salva vidas”.

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Mulheres denunciantes

Após mais de uma década de relacionamento e um filho com o ex-marido, uma mulher que não quer ter a identidade revelada, começou a ser ameaçada depois do divórcio. “O meu abuso veio psicológico, em um momento em que ele começou a me desqualificar como mulher, mãe e profissional”, declara.

Então, ela decidiu registrar boletim de ocorrência na delegacia da mulher, em Campinas. “Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, porque no caminho da minha casa até a delegacia foi passando um filme, né? E eu não quis prejudicar o pai do meu filho, mas a medida protetiva é um direito, e eu conquistei esse direito de me proteger desse homem”, completou.

Na DDM, uma outra mulher que, por segurança, também não quer ser identificada conta que a ameaça foi apenas um dos crimes que sofreu.

“Tive um relacionamento de 1 ano e 8 meses. Sofri violência psicológica, que foi por onde começou. Depois, violência física, patrimonial, sexual. E mesmo depois de preso, ele me ameaça que conheceu bandidos na cadeia, que ele pode me matar e que a minha vida não tem valor algum”, declara.  

Com informações de Jorge Talmon/ EPTV Campinas

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