Os primeiros dias do ano têm sido de chuvas frequentes em Campinas, mas a nebulosidade e as temperaturas amenas devem dar lugar ao calor a partir da segunda quinzena de janeiro. Depois disso, os índices elevados prevalecem em fevereiro e março e devem significar uma onda de calor em abril.
A previsão estendida é do meteorologista do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, Bruno Bainy, que lembra que os indicativos se referem a uma tendência para os meses e não são de dias ou semanas específicos.
“As anomalias para esses meses devem ser de temperaturas entre 0,5 a 1ºC acima da média climatológica, para cada mês. Isso também provavelmente está relacionado com a expectativa de chuvas, que devem ficar um pouco abaixo da média”, explica o especialista.
Apesar de ainda considerar um desafio a “previsão climática sazonal estendida”, Bainy explica que os modelos indicam um outono mais quente e seco, especialmente em abril. A estação começa no dia 20 de março, um domingo, e dura até 21 de junho, uma terça-feira.
“Para abril, o modelo climático do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) tem indicado tendência de temperatura média mensal cerca de 2ºC acima da climatologia. Esse é um valor bastante elevado, e provavelmente aponta para uma onda de calor durante o mês”, diz ele.
EM NÚMEROS
Para o primeiro trimestre, o resumo climático elaborado pelo Cepagri prevê temperatura mínima de 19,8°C, máxima de 30,2°C e média de 25°C em janeiro. O nível de chuva esperado é de 277,6 milímetros.
Já para fevereiro, a mínima será de 19,8°C, a máxima de 30,6°C, a média de 25,2°C e a precipitação esperada é de 198,3 mm para o mês inteiro.
Em março, as temperaturas caem: mínima de 19,2°C, máxima de 30°C e média de 24,6°C. As chuvas também despencam: 165,2 mm em 31 dias.
DESTAQUES EM 2021
Com o terceiro pior índice anual de chuvas dos últimos 32 anos, 2021 foi um ano de extremos em Campinas. Em 30 de julho, por exemplo, a cidade registrou 3,5°C, menor temperatura desde 2000.
“Com relação às temperaturas baixas, creio que podemos destacar as três ondas de frio que tivemos entre o final de junho e o final de julho, cada uma mais intensa do que a anterior”, afirma Bruno Bainy.
Já entre os dias quentes, o ápice foi no dia 21 de setembro, quando o Cepagri registrou 37,9°C, a 11ª maior temperatura registrada pelo Cepagri em 32 anos de observações meteorológicas.
“A média de temperatura máxima de setembro de 2021 ficou 4ºC acima da média histórica, que é de 28,5ºC. Apenas três dias tiveram temperatura máxima abaixo da média histórica”, finaliza o meteorologista.